Índice geral Mercado
Mercado
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Foco

Dívida e quebra de safra podem mudar controle de Albertina

ELIDA OLIVEIRA
DE RIBEIRÃO PRETO

A Companhia Albertina, usina de açúcar e álcool de Sertãozinho (333 km de SP), venderá parte dos ativos para quitar dívidas com credores, podendo até trocar seu comando societário.

Desde 2008, a usina passa por processo de recuperação judicial. Apesar de já ter quitado 90% das dívidas com credores, a Albertina ainda deve R$ 187 milhões.

Há investidores interessados em negociar desde os maquinários, como tratores e colheitadeiras, até a usina em si, informa a companhia.

A quebra desta safra de cana-de-açúcar, que atingiu toda a produção do centro-sul, foi ainda mais prejudicial para a Albertina. Houve queda de 30% na produtividade -em todo o centro-sul, a redução é estimada em 8%.

Com a quebra, a usina processou somente 890 mil toneladas de cana e encerrou a moagem em outubro -dois meses antes do usual.

A produção é dividida em 80% de açúcar e 20% de álcool. Nos bons tempos, a produção chegou a 150 mil toneladas de açúcar ao ano e 37 milhões de litros de álcool.

São R$ 145 milhões em dívidas com credores que têm garantias reais, como bancos e grupos financeiros, e outros R$ 42 milhões com fornecedores de cana, diz a empresa.

A proposta dos novos investidores será apresentada em assembleia com o conselho de credores no próximo dia 13. Duas reuniões já foram suspensas e adiadas no mês passado para acertar detalhes da negociação.

PROBLEMAS DE CAIXA

Outras usinas da região de Ribeirão Preto já foram desativadas ou incorporadas a outras empresas após enfrentarem problemas de caixa.

A usina Galo Bravo, em Ribeirão Preto, encerrou as atividades em novembro de 2010 e acumula dívidas trabalhistas de cerca de R$ 25 milhões. Neste ano, levantou R$ 10,7 milhões em um leilão para quitar parte das dívidas.

Já a Nova União, de Serrana (313 km de SP), não moeu cana neste ano, segundo a Unica (União das Indústrias de Cana-de-Açúcar) e enfrenta processos judiciais por dívidas trabalhistas.

Outras usinas se associaram a grupos internacionais para se capitalizarem.

Os franceses da Tereos adquiriram a maior parte das ações das seis usinas da Guarani, e a Louis Dreyfus assumiu a Santelisa Vale.

A Cosan e a Shell compraram três usinas. A Bunge e a Cargill adquiriram uma unidade cada uma.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.