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Dilma diz ter "bala na agulha" para conter dólar; analistas veem alta

Presidente diz que não há meta para o câmbio e que intervenções visam evitar altas abruptas

No mercado, analistas acreditam que o BC poderá ter de usar as reservas cambiais para segurar a alta do dólar

PAULO PEIXOTO DE BELO HORIZONTE TONI SCIARRETTA DE SÃO PAULO VALDO CRUZ DE BRASÍLIA

A presidente Dilma Rousseff disse ontem que o Brasil tem "bala na agulha" para enfrentar a alta do dólar, que já subiu 16% em 2013 e que pressiona a inflação.

A presidente se referia às reservas cambiais, uma espécie de poupança do governo em dólares. As reservas somam US$ 372 bilhões e servem para o país enfrentar crises externas como a atual.

"Nós temos o que se chama bala na agulha para encarar esse processo que ocorre internacionalmente, que independem das decisões de política econômica. Eles são frutos dessa globalização financeira que impera no mundo", disse ela.

Dilma lembrou que o câmbio é flutuante, mas que as intervenções no mercado feitas pelo Banco Central são para impedir que essas variações sejam "abruptas".

"Nós não temos meta de dólar. Se você perguntar para alguém e alguém responder que tem, você desconfia, porque ninguém tem condições de dizer isso."

"Nós estamos entre os cinco, seis países com o maior volume de reservas do mundo. É como se a gente tivesse um colchão. Sabe aquela história de guardar dinheiro no colchão? A gente não guarda no colchão, mas o Brasil tem US$ 372 bilhões de reservas."

A presidente deu entrevistas a duas emissoras de rádio de Belo Horizonte. Disse que o que ocorre hoje com o dólar diz respeito a uma situação provocada pelas ofertas da moeda feita pelos EUA.

No mercado, os analistas se dividem sobre a eficácia dos instrumentos do governo para conter o câmbio em longo prazo (veja ao lado).

Para conter o dólar, o BC anunciou US$ 54,5 bilhões em leilões de linhas de crédito em dólares, com compromisso de recompra, e de swap cambial, que equivalem a venda de dólar futuro. Em ambos os casos, não há perda das reservas. Isso ocorre na venda de dólar à vista.

Na avaliação do BC e do Ministério da Fazenda, não há necessidade de vender dólar à vista porque não falta moeda americana. O que precisava ser oferecido, nesse diagnóstico, era proteção cambial (hedge) para empresas e investidores nos próximos meses, o que o BC está fazendo.

Para o sócio da consultoria Tendências, Nathan Blanche, considerado um dos país do câmbio flutuante no país, o diagnóstico está correto e o governo acertou ao permitir ao BC utilizar os instrumentos habituais no lugar de colocar tarifas e impostos.

"Deixaram o Banco Central trabalhar e fazer o que sabe."

"O problema é se essa pressão chegar ao mercado à vista, o que pode ocorrer mais para o final do ano e próximo da eleição de 2014. Nesse caso, o BC vai ter de torrar reservas", disse Ricardo Rocha, professor do Insper.

Blanche, no entanto, discorda de o BC criar programas previsíveis de atuações, como o atual, e das declarações sobre a política cambial.

"Fala para a autoridade calar a boca. Sempre que falar vão errar e criar desconfiança do mercado", disse.


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