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Apagão deixa todo o Nordeste sem luz
Cidades ficaram ao menos duas horas e meia sem energia; governo marca reunião de emergência para discutir causas
Blecaute foi o sexto de grandes proporções desde que Dilma anunciou queda da tarifa, em setembro de 2012
Um apagão na tarde de ontem deixou os nove Estados do Nordeste às escuras por ao menos duas horas e meia. A falha afetou também o Paraná, onde houve falta de luz por 15 minutos. A distribuidora Copel informou que fez um desligamento preventivo devido à variação da frequência no sistema interligado.
O governo atribuiu o blecaute a uma queimada em uma fazenda no município de Canto do Buriti, no Piauí.
De acordo com o ministro Edison Lobão (Minas e Energia), o fogo provocou curto-circuito em duas linhas de transmissão, uma operada pela espanhola Isolux e outra pela Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais).
Com o curto-circuito, as duas linhas foram desligadas do Sistema Interligado Nacional, isolando toda a região.
Ao todo, deixaram de ser distribuídos 10.900 megawatts de energia, informou Lobão. "O impacto inegavelmente foi forte." A capacidade instalada no país é de 123 mil megawatts. A pedido da presidente Dilma Rousseff, que ficou preocupada com os possíveis impactos políticos e econômicos, Lobão convocou para hoje uma reunião extraordinária do Conselho de Monitoramento do Setor Elétrico. De acordo com o calendário do governo, a próxima reunião desse grupo deveria ocorrer na quarta-feira.
Dilma foi informada do problema no início da tarde. Irritada com o novo blecaute --o primeiro grande neste ano--, a presidente determinou à sua equipe rapidez no restabelecimento da energia e investigação sobre as responsabilidades. Desde que a presidente anunciou uma redução média de 20% nas tarifas de energia, em setembro de 2012, ocorreram seis apagões de grandes proporções.
Lobão negou que o acidente seja um reflexo da fragilidade do sistema, que opera com a maioria das usinas térmicas ligadas para compensar a falta de água nos reservatórios das hidrelétricas.
Segundo o presidente do ONS (Operador Nacional do Sistema), Hermes Chipp, o desligamento acontece em caso de incêndio pelo calor que causa curto-circuito nas linhas de transmissão.
De acordo com Chipp, houve um primeiro incidente, às 14h58, pelo desligamento da linha de transmissão Ribeiro Gonçalves/São João do Piauí, devido a uma queimada. A linha pertence à Ienne, controlada pela espanhola Isolux.
Às 15h04, esse circuito foi religado manualmente, mas houve um novo desligamento pela mesma razão às 15h06. O segundo incidente ocorreu às 15h08, com o desligamento da segunda linha Ribeiro Gonçalves/São João do Piauí, provocado por outra queimada. Essa linha pertence à Taesa, controlada pela Cemig.