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O melhor trimestre
Mantega diz que pior já passou e credita PIB a desonerações
Apesar do impacto sobre as finanças do governo, ministro diz que medida deu vitalidade à economia
Governo mantém expectativa de crescimento de 2,5% neste ano e de 4% em 2014
_ "O pior já passou. O fundo do poço foi superado. Daqui para a frente é expansão, de modo que possamos retomar a trajetória de crescimento dos anos recentes(...) Significa que as medidas que tomamos estão se traduzindo em um dinamismo melhor"_
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, atribuiu o crescimento do PIB às medidas de estímulo adotadas pelo governo, como as desonerações de tributos.
Desde 2011 o governo vem adotando medidas para reanimar o crescimento. Reduziu impostos sobre automóveis, eletrodomésticos e móveis e zerou a contribuição sobre a folha de pagamentos de cerca de 40 setores.
A medida teve efeitos sobre o desempenho das finanças do governo (leia texto ao lado). Mantega, porém, minimizou esse impacto.
"[O esforço fiscal] é pouco inferior ao tradicional por causa das desonerações; não foi aumento de gastos. Em compensação, essas reduções estão dando mais vitalidade à atividade", disse, durante a entrevista em que comentou o resultado do PIB.
FUNDO DO POÇO
Para o ministro, há sinais de que o cenário internacional "está um pouco melhor".
"O pior já passou. O fundo do poço foi superado, não só no Brasil como no mundo. Daqui para a frente é expansão, de modo que possamos retomar a trajetória de crescimento dos anos recentes."
Mantega disse que o crescimento foi de "qualidade", por ter ocorrido em todos os setores --agricultura, indústria e serviços.
"Significa que estamos na rota da recuperação e que as medidas que tomamos --a redução dos juros, dos tributos e dos custos-- estão se traduzindo hoje em um dinamismo melhor, apesar do cenário internacional adverso."
Ele evitou comentar, porém, projeções que falam em retração nos próximos meses.
"Os dados são incipientes, é difícil fazer projeção nesta altura do campeonato, principalmente se tivermos uma mudança na confiança dos empresários", afirmou.
Ele manteve a expectativa de crescimento do PIB de 2,5% neste ano e, em 2014, de 4%. "Em 2013, o crescimento será moderado até o fim do ano. Em 2014, o cenário é mais promissor, com a melhora internacional."
Para outros membros da equipe econômica, porém, ainda há muita incerteza, o que dificulta avaliar se há chances de acelerar a atividade já neste segundo semestre, movimento fundamental para que a economia comece 2014 num ritmo mais forte.
A carta na manga são as concessões. Não à toa, nas últimas semanas, Mantega se dedicou totalmente ao tema.
No BC, há temor de que o quadro externo e o ciclo de alta de juros dificultem a volta do crescimento mais forte ainda em 2013.
Em Paramaribo, no Suriname, onde está em visita oficial, a presidente Dilma disse apenas, ao ser questionada sobre o PIB: "Quem não fica contente com o crescimento?". (MARIANA CARNEIRO, VALDO CRUZ E SHEILA D´AMORIM)