Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria
Reorganização da empresa está no centro da crise
DE SÃO PAULO DE BRASÍLIAA reorganização societária da MPX está no centro da crise que se abate sobre a parceria entre Eike Batista e André Esteves. O processo de venda de parte da companhia para a E.ON foi a primeira decepção do empresário com o banqueiro, cuja relação está estremecida, conforme apurou a Folha.
Há uma guerra de versões nos bastidores. Segundo executivos próximos a Eike, o empresário recebeu uma proposta para vender quase toda a participação por mais de R$ 3 bilhões para um consórcio formado por E.ON, pelos fundos Gávea e Dynamo e pelo BNDESPar, que concordaram em pagar cerca de R$ 10 por ação.
Esteves disse, contudo, que a MPX valia mais que o oferecido e o aconselhou a vender só metade. Eike decidiu, então, recusar a oferta do consórcio e acatou a proposta de ceder apenas parte das ações aos alemães.
Executivos próximos a Esteves afirmam que já ouviram rumores sobre essa proposta, mas que ela não estava na mesa quando começaram a trabalhar na reestruturação do grupo EBX.
Para viabilizar a entrada da E.ON, o BTG montou operação que envolvia oferta pública de R$ 1,2 bilhão. O banco deu "garantia firme" de que, se não houvesse demanda, compraria o restante.
Nas semanas seguintes, no entanto, a ação da companhia despencou para cerca de R$ 6. A queda, para executivos de Eike, foi causada por um rumor no mercado de que o BTG não honraria a garantia prometida.
Diante do derretimento dos papéis, a MPX retirou a oferta pública, fazendo um aumento de capital privado para viabilizar a operação.
Se tivesse vendido toda a MPX em março, Eike teria embolsado cerca de R$ 1 bilhão a mais. Procurado, o BTG não deu entrevista.