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No G20, Brics reclamam de lentidão do FMI e de EUA

Brasil e colegas de bloco negociam detalhes de banco e fundo de reserva

Principal crítica é sobre mudança brusca em política econômica americana e seu efeito sobre os emergentes

CLÓVIS ROSSI ENVIADO ESPECIAL A SÃO PETERSBURGO

Os líderes dos Brics (Brasil, Rússia, Índia e China) reclamaram ontem, com toda a razão, da "estagnação" do processo de reforma do FMI, destinada a dar mais voz e voto aos países emergentes.

A reforma do sistema de cotas e de governança do Fundo foi decidida na cúpula do G20 de 2010 e deveria já estar sendo implementada. Por ela, a participação do Brasil, por exemplo, subiria de 1,7% para 2,3%, com o que passaria do 18º lugar entre os cotistas para o 10º.

A implementação da reforma asseguraria, de acordo com os Brics, "a credibilidade, a legitimidade e a eficácia do Fundo".

A reunião dos grandes emergentes foi realizada à margem da cúpula do G20, como tem sido habitual, e serviu, acima de tudo, para reafirmar compromissos que os cinco vêm assumindo.

Compromisso, por exemplo, de avançar em direção ao estabelecimento do NDB (Novo Banco de Desenvolvimento) e do arranjo Contingente de Reservas.

A nota divulgada após o encontro diz que, "com relação ao banco, houve avanços nas negociações relativas a sua estrutura de capital, composição, participação acionária e governança". "O banco contará com capital inicial subscrito pelos países do Brics de US$ 50 bilhões."

Já no arranjo de contingência, uma espécie de seguro para eventualidades, "alcançou-se consenso sobre aspectos e detalhes operacionais".

Já havia sido acertado, na cúpula anterior dos Brics, que o montante inicial do fundo será de US$ 100 bilhões, assim distribuídos: US$ 41 bilhões da China; Brasil, Índia e Rússia dariam US$ 18 bilhões cada um; e África do Sul, US$ 5 bilhões.

O comunicado não poderia deixar de mencionar o tema que acabou sendo o foco da cúpula do G20: a turbulência nos emergentes causada pelo anúncio da possível retirada, em breve, dos estímulos monetários nos EUA.

Diz o texto que, "à luz do aumento da volatilidade do mercado financeiro e do fluxo de capitais nos últimos meses, os líderes dos Brics reiteraram suas preocupações expressadas [na] Cúpula de Durban, em março, a respeito das repercussões negativas não intencionais das políticas monetárias não convencionais de algumas economias desenvolvidas".

Afirma também que eles "enfatizaram que a eventual normalização dessas políticas monetárias precisa ser calibrada de modo efetivo e cuidadoso e claramente comunicada".

A formulação do comunicado final do G20 seguirá exatamente essa tônica, com palavras iguais ou parecidas.


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