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OGX exige que Eike invista US$ 1 bilhão
Empresário havia se comprometido com medida em 2012, mas reluta em cumpri-la
Na tentativa de evitar uma recuperação judicial, a diretoria da OGX decidiu exigir ontem que o acionista controlador, Eike Batista, cumpra o compromisso de injetar até US$ 1 bilhão na companhia.
A empresa quer que Eike desembolse imediatamente US$ 100 milhões na compra de novas ações ao preço de R$ 6,30, conforme acordado em outubro do ano passado. Os papéis fecharam ontem a R$ 0,52, alta de 26,83%.
Os US$ 900 milhões serão liberados de forma "modulada", segundo comunicado ao mercado, até março de 2014.
O empresário havia aceitado, em outubro, injetar recursos, caso houvesse necessidade. No entanto, executivos do alto escalão da EBX dizem que Eike não pretende desembolsar o valor.
Segundo a Folha apurou, ele foi surpreendido pela decisão e o episódio gerou um mal-estar entre o empresário e a diretoria da petroleira.
Para o comando da OGX, exercer a "put" (opção de compra de ações) se tornou um "dever" dada a situação da empresa. A administração da petroleira avalia solicitar mais recursos à Eike.
Mas a equipe do empresário já trabalha numa argumentação jurídica para questionar o exercício da "put" e levar o caso, se necessário, à arbitragem.
Na avaliação de assessores de Eike, há cláusulas no contrato que não foram plenamente atendidas, o que impediria o exercício da "put".
Segundo o advogado João Fábio da Fontoura, da Bornholdt Advogados, há expectativa de que Eike tente se esquivar, por exemplo, pela falta de condições para o pagamento, ou por eventuais cláusulas no contrato da "put".
RISCO DE PUNIÇÃO
Ele lembrou que executivos da OGX têm de exigir o cumprimento do acordo, sob risco de serem punidos à frente, por não ter feito tudo o que podiam para salvar a empresa.
A CVM abriu um processo em julho deste ano para investigar a operação anunciada em outubro.
A OGX está quase sem dinheiro para pagar a funcionários e vem atrasando pagamentos a fornecedores.
Conforme revelou a Folha, Eike tenta convencer os donos de papéis da dívida da OGX a investir entre US$ 250 milhões e US$ 500 milhões, para impedir o processo de recuperação judicial.
Ontem foi oficializada a saída de mais um membro do Conselho de Administração da companhia, Aziz Ben Ammar, que também deixou a MMX (mineração). (DENISE LUNA, MARIANA SALLOWICZ, RENATA AGOSTINI E RAQUEL LANDIM)