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Brasil será nº 2 de gigante de máquina agrícola

País ganha mais importância para John Deere, mas executivo critica insegurança jurídica

MAURO ZAFALON ENVIADO ESPECIAL A MOLINE (EUA)

A venda de colheitadeiras da John Deere de janeiro a agosto superou em 94% as de igual período do ano passado no Brasil. A de tratores, 26%.

São números que fazem Samuel Allen, presidente-executivo da John Deere, classificar o mercado brasileiro como "robusto". Mas o executivo está de olho, mesmo, nos próximos 20 a 30 anos do mercado brasileiro.

De Moline, escritório central da empresa em Illinois, no Meio-Oeste dos EUA, Allen diz que o Brasil será um mercado cada vez mais importante para a empresa.

Os números macroeconômicos apontam para isso. A combinação de um crescimento mundial da população e da demanda maior por alimentos colocará o país em cenário de destaque.

O mundo vai precisar dobrar a produção de alimentos, dando ao Brasil um papel importante nesse cenário, na avaliação dele.

A disposição de terra, no entanto, é finita, e boa parte desse aumento de produção deverá ocorrer com maior produtividade.

E é aí que se encaixa a oportunidade de mercado para a John Deere, uma das maiores fabricantes de máquinas agrícolas do mundo. Boa parte da produtividade virá de máquinas e de equipamentos mais eficientes, área de atuação da empresa.

Com negócios nos segmentos de tratores, colheitadeiras, plantadeiras, colhedoras de cana, pulverizadores, irrigação, equipamentos florestais e para construção, a empresa investiu US$ 2 bilhões no Brasil desde o início da década passada.

E esse investimento tem um motivo, na avaliação de Allen. "O Brasil é o país que tem o menor risco de crescimento olhando para 20 ou 30 anos adiante."

SEGURANÇA JURÍDICA

Mas, se o país anda bem na demanda por máquinas, não se pode dizer o mesmo quando se trata de políticas governamentais e de segurança jurídica. O Brasil precisa melhorar muito para dar um cenário confortável para os investimentos.

Um dos problemas do país é o sistema jurídico. Complexo e ineficiente, não é conhecido a fundo nem pelos advogados brasileiros. Esse sistema toma muito tempo das indústrias e dificulta o avanço dos investimentos, segundo o executivo da John Deere.

A dificuldade de compreensão das leis brasileiras vai de direitos trabalhistas e aquisições de terras a outras transações entre empresas.

"Essas coisas não são transparentes e é necessário muito tempo para entendê-las", diz ele.

Uma das grandes desvantagens é que as empresas acabam sendo menos competitivas, o que não é bom inclusive para as exportações. "O Brasil precisa tomar muito cuidado se quiser fazer crescer sua indústria", diz Allen.

Apesar desses problemas, a empresa espera que o país assuma, nos próximos anos, o segundo principal posto em importância, atrás apenas dos Estados Unidos. Hoje, é o terceiro colocado --o Canadá é o segundo.

A John Deere (Deere & Company) investe mundialmente US$ 3 milhões ao dia em pesquisa e desenvolvimento. O faturamento em 2012 atingiu US$ 36,2 bilhões.


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