Outro lado

Banco afirma que foi vítima e não sabia de fraudes no PanAmericano

A Caixa negou que soubesse das irregularidades nas contas do PanAmericano e diz que foi vítima de um sofisticado esquema de fraude.

Em resposta por e-mail, o banco disse que, em 2009, desconhecia a fórmula de pagamentos aos ex-executivos do PanAmericano -foco de desvios de recursos do banco apurados pela PF.

Quando entrou na gestão do PanAmericano, em dezembro de 2010, a Caixa pediu auditoria completa, em acordo com o FGC (Fundo Garantidor de Créditos).

Ao tomar conhecimento, a prática [pagamentos] foi banida. "Por ser uma empresa pública, ela jamais aceitaria pactuar com esses procedimentos", disse a Caixa.

PRESSÕES

A Caixa também negou a interferência do ministro da Fazenda, Guido Mantega, na demissão da diretoria da Caixa, em março deste ano. "A decisão foi compartilhada entre os demais acionistas sendo, inclusive, acompanhada pelos órgãos reguladores. Além disso, é inegável o reconhecimento ao bom trabalho feito pela antiga gestão."

Para a Caixa, o PanAmericano não foi o motivo da demissão, tanto que outros executivos envolvidos nas negociações foram mantidos.

Quando ocorreu a identificação das inconsistências contábeis no PanAmericano -hoje com evidências de fraude-, a Caixa já tinha adquirido o banco e o então controlador do PanAmericano, o Grupo Silvio Santos, assumiu o compromisso de recompor o patrimônio do banco por um acordo com o FGC.

O patrimônio do banco foi integralmente recomposto sem necessidade de aporte de recursos públicos.

Procurado, o ministro Mantega informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que "não teve a ver com o PanAmericano a saída de Maria Fernanda Coelho, ex-

presidente da Caixa, e de outros diretores, tanto que Márcio Percival permaneceu.