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Mais concorrência e desaquecimento afetam ponte aérea

De janeiro a agosto, número de passageiros em Congonhas caiu 2,87%, ante igual período em 2012

Aeroportos de Guarulhos e de Viracopos registram aumento de 4,3% e 5,9% no movimento

MARIANA BARBOSA DE SÃO PAULO

A baixa atividade econômica, somada a uma maior concorrência com os recém privatizados Guarulhos e Viracopos, está esvaziando o aeroporto de Congonhas.

Nos primeiros oito meses deste ano, o movimento de passageiros no aeroporto paulistano caiu 2,87%, ante igual período de 2012.

Passaram pelo aeroporto 11,087 milhões de pessoas no período, 318 mil a menos do que no ano anterior.

Em contrapartida, o movimento em Viracopos subiu 4,3%, e, em Guarulhos, 5,9%.

"Com o processo de concessão, Viracopos e Guarulhos estão expandindo capacidade e focando em atrair mais voos", explica Lucas Arruda, sócio da Lunica Consultoria. "Congonhas, por outro lado, está menos sujeito, no curto prazo, a estímulos de demanda, pois não há como expandir os voos."

O movimento total de passageiros nos aeroportos da rede Infraero mais Guarulhos, Viracopos e Brasília caiu 1,66% nos primeiros oito meses do ano. Excluindo os três aeroportos privatizados, a rede atual da Infraero movimentou 2,64% passageiros a menos do que no mesmo período do ano anterior.

Os principais destinos dos voos que partem de Congonhas também padecem de baixo crescimento. O aeroporto Santos Dumont ficou estacionado. Brasília caiu 1,17%. "Esses destinos são mais dependentes do passageiro que viaja a negócios e, com uma menor atividade econômica, as viagens caem", diz Fulvio Delicato Filho, da Delicato Consultoria.

PONTE AÉREA

Atualmente, de cada 10 aviões que decolam de Congonhas, 3 seguem para o Santos Dumont. São 72 partidas para para o Rio de segunda a sexta (e o mesmo de lá para cá), o que faz desta rota a mais movimentada do país.

TAM e Gol fazem 31 partidas de segunda a sexta, com voos a cada 30 minutos, e a Avianca, 10. A Azul só opera aos sábados (dois voos).

As empresas não revelam a demanda na ponte aérea. A Folha apurou que, até agosto, a queda foi de 1% a 2%. A Gol não quis comentar. A TAM informou que a sua demanda em Congonhas neste ano está "estável".

Para Arruda, a baixa demanda na ponte aérea se explica tanto pelo arrefecimento da atividade econômica, que afeta as viagens a negócios, quanto pelo aumento no preço das passagens.

"Embora o público da ponte aérea seja, tipicamente, menos sensível ao preço em relação a rotas mais turísticas, aumentos do yield' [indicador de referência para preço de passagem] colocam pressão contra uma expansão mais significativa da demanda", diz Arruda.

Enquanto cortam frequências em outras rotas para reduzir custos, TAM e Gol, que acumulam prejuízos bilionários desde 2012, preferem voar vazio em horários de baixa demanda a cortar voos.

Este é o preço para manter os chamados slots (vagas para pousos e decolagens) e impedir a entrada de novos concorrentes. Como Congonhas opera no limite, as empresas precisam manter a regularidade dos voos para não perder o direito sobre eles.

O governo deve ampliar a oferta de slots em Congonhas, mas nenhuma medida deve ser anunciada antes da divulgação dos editais de concessão de Confins e Galeão, previstos para outubro.


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