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"Economist" exagera nas críticas, diz diretor do FMI

Revista britânica publica reportagem de capa sobre momento do Brasil

Reportagem cita excesso de gastos na Previdência, educação péssima e a relutância de Dilma com o setor privado

DE SÃO PAULO DO RIO

Capa da edição desta semana da revista britânica "The Economist" é pessimista sobre a situação do Brasil.

Se em 2009 a publicação trazia uma longa reportagem sob o título "O Brasil decola", agora há uma pergunta: "O Brasil estragou tudo?".

O Cristo Redentor, que antes subia feito foguete, agora volta ao chão com jeito de lançamento fracassado.

A reportagem de 14 páginas foi considerada exagerada pelo diretor-executivo para Brasil e mais dez países no Fundo Monetário Internacional, Paulo Nogueira Batista Jr.

"Havia um certo exagero em 2009. Agora está indo para o extremo oposto. De fato o Brasil está crescendo menos do que o esperado, mas acho que já começou uma recuperação", afirmou ele em um evento no Rio de Janeiro.

Para ele, a imprensa estrangeira se baseia no mercado financeiro ao julgar um país.

PROBLEMAS

A reportagem, assinada pela jornalista Helen Joyce, trata da dificuldade que o país agora enfrenta para investir e educar a população.

O país teria esbarrado na sua baixa produtividade --o brasileiro produz 18% do que produz um americano.

Para melhorar isso, é preciso melhorar a infraestrutura, mas o país tem fracassado, diz a revista, porque:

1) Dilma é "tardia e relutante" em aceitar que vai precisar do setor privado em estradas, ferrovias e aeroportos.

2) O setor industrial inova pouco porque se dedica mais a fazer lobby por proteção do governo do que à competição.

3) O governo não tem dinheiro para investir, porque o Brasil tem uma "loucamente generosa" Previdência.

O sistema previdenciário grego está quebrado, diz a revista, e lá as pessoas se aposentam aos 61 anos. No Brasil, mais jovem, isso ocorre em média aos 54. Os dois países já gastam o mesmo em Previdência: 11% do PIB.

Como muitos aqui se aposentam ou recebem pensão por muitos anos sem terem contribuído --como trabalhadores rurais ou jovens viúvas-- e o país envelhecerá, a perspectiva seria catastrófica.

EDUCAÇÃO

Outro problema apontando é educação do país, que faz metade dos jovens de 15 anos analfabetos funcionais.

Para piorar, em média os professores, que têm aposentadoria especial e na maioria são mulheres, começam a trabalhar aos 25 e param aos 50 anos --e recebem salário integral até a morte, em média aos 79, quase trinta anos depois.

Além do rombo, outro impacto é que professores experientes e treinados abandonam as salas de aula, dando lugar a jovens inexperientes.

A reportagem ainda cita o sistema político brasileiro e os apoios "abertamente mercenários" dos partidos.

"O sistema [eleitoral] dá muito peso aos Estados pobres e sem instrução, impulsionando o clientelismo."


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