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Compras de final de ano devem ser as menores em 7 anos

Pesquisa mostra que consumidor deve adquirir menos no último trimestre, quando há o Dia da Criança e o Natal

Intenção de gasto com eletroeletrônicos caiu 26% na comparação do quarto tri deste ano com o do ano passado

CLAUDIA ROLLI DE SÃO PAULO

Com o orçamento mais apertado e mais preocupado com o emprego, o consumidor reduziu a intenção de compra no último trimestre, quando são feitas as compras de Natal e Dia da Criança, para o nível mais baixo já registrado para esse período nos últimos sete anos.

Somente 46,8% dos paulistanos pretendem comprar ao menos um bem durável (geladeira, computador, celular) entre outubro e dezembro deste ano, segundo levantamento do Provar (Programa de Administração do Varejo) da USP, feito com 500 consumidores da capital no início de setembro. No quarto trimestre do ano passado, esse percentual era de 56%.

O resultado do comportamento do consumidor deve afetar a expansão do varejo neste ano --o crescimento previsto é de 4%, ante 7,8% do ano passado.

Com juros mais altos, a intenção de usar crédito também diminuiu em relação ao terceiro trimestre, segundo mostram os dados do levantamento. "O consumidor está mais cauteloso, já que 21,5% do orçamento da família estão comprometidos com pagamento de crediário. Esse é o segundo maior gasto, só perde para educação", diz o professor Nuno Fouto, coordenador de pesquisas do programa. No último trimestre de 2012, os gastos com crediário consumiam 18,9% do orçamento doméstico. E, descontados todos os gastos, só sobram 7,3% da renda familiar para consumir.

Como o endividamento das famílias também cresce em um ritmo mais acelerado do que a soma dos salários (massa salarial) nos últimos sete anos, a tendência é de planejar mais os gastos, segundo análise do economista Fábio Silveira, da GO Associados.

SUBSTITUIÇÃO

Isso explica porque a intenção de compra do consumidor é maior em itens de menor valor, como vestuário e calçados (24%) do que com produtos da linha branca (8%), por exemplo.

A intenção de gasto com produtos eletroeletrônicos, por exemplo, caiu 26% na comparação do quarto trimestre deste ano com o do ano passado.

"O que se percebe é um esgotamento do ciclo de consumo. Deve ser um final de ano mais contido. Além de comprar menos, o consumidor está cada vez mais atrás de preço porque está com menos poder de compra por causa da inflação mais elevada."

O estudo do Provar também mostra que há uma correlação de gastos do consumidor, chamado de índice de transferência. "Quando o consumidor precisa gastar com manutenção do carro, por exemplo, deixa de comprar roupa", diz Fouto.


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