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Endividada, Oi, a ex-"supertele" nacional, se une à portuguesa PT

Brasileira terá capitalização de até R$ 14,1 bi para reduzir endividamento, que chega a R$ 27,5 bi

Após a conclusão do negócio, prevista para o início do ano que vem, a PT terá 38% da nova empresa, a CorpCo

PEDRO SOARES DO RIO

Criada em 2008 para ser a "supertele" brasileira --numa operação privada, mas viabilizada majoritariamente com recursos públicos--, a Oi se uniu ontem à Portugal Telecom (PT). A operação prevê uma capitalização da Oi de até R$ 14,1 bilhões, para reduzir o endividamento, que chega a R$ 27,5 bilhões.

Antecipada pela Folha em junho, a fusão é discutida desde que a PT comprou, em 2010, uma fatia da Oi --com o aval do governo Lula.

Apesar de ter tido apoio do então presidente Lula desde sua criação e ter recebido financiamento farto do BNDES e de fundos de pensão estatais, a Oi não conseguiu implementar seu plano de expansão e vinha perdendo patrimônio e valor de mercado.

A operação permitirá a criação de uma multinacional com sede no Brasil e mais de 100 milhões de clientes em países de língua portuguesa.

As marcas serão mantidas nos dois países.

CONTROLE

Não está claro, porém, como ficará o controle do negócio. Após a conclusão, prevista para o primeiro semestre de 2014, a PT será a maior sócia individual da nova companhia, batizada de CorpCo, com 38%; os atuais acionistas brasileiros terão 62%.

Para pavimentar a união, melhorar a situação financeira e ganhar clientes, o presidente da PT, Zeinal Bava, assumiu a Oi em abril.

Uma das primeiras medidas foi cortar os dividendos pagos aos acionistas, que era de R$ 1 bilhão neste ano, para R$ 500 milhões.

A Oi espera agora concretizar seu objetivo inicial de ganhar mercado e aumentar seu fluxo de caixa.

Bava presidirá a empresa resultante da fusão --que depende de aprovação de órgãos reguladores do Brasil e de Portugal. Ele promete uma redução de despesas que, diz, pode chegar ao consumidor. "Se formos campeões em custos, vamos repassar."

Para Bava, a participação de mercado da Oi na telefonia móvel (quarto lugar no país) não é compatível com sua presença nacional (líder em telefonia fixa). "Há muito espaço para crescer."

Para o JPMorgan, o endividamento seguirá elevado, apesar do aumento de capital. Já o analista Thomas Chang, da corretora UM, diz que o negócio é positivo, mas questiona quando os R$ 5,5 bilhões prometidos de redução de despesas serão incorporados. A aposta dele é que boa parte será no curto prazo.

O mercado reagiu bem. As ações da Oi subiram 6,16% (PN) e 4,70% (ON), as maiores altas da Bovespa.


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