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BC sobe juros pela 5ª vez no ano, a 9,5%

Comitê responsável tenta trazer inflação anual para os 4,5% do centro da meta em 2014, ano de campanha eleitoral

Projeção para 2013 é de 5,8%; Planalto respalda juros em até 10%, o que pode ser atingido na reunião de novembro

SHEILA D'AMORIM DE BRASÍLIA

Com respaldo do Palácio do Planalto para elevar os juros ao patamar que achar necessário para reduzir a inflação, o Banco Central subiu a taxa Selic, referência para a economia, em 0,5 ponto percentual para 9,5% ao ano.

Foi a quinta elevação neste ano e dificilmente a última.

A expectativa do mercado financeiro é que o Copom (o comitê que define os juros no país) suba novamente a taxa na última reunião do ano, no fim de novembro.

A dúvida no governo é se até lá a trajetória dos preços justificará nova alta de 0,5 ponto percentual, o que levaria a Selic para 10% ao ano, ou se a elevação seria menor.

O comunicado dos diretores do BC, divulgado logo após a reunião, manteve o recado dos quatro encontros anteriores do comitê. Em todos, o BC elevou a taxa.

"O comitê avalia que essa decisão contribuirá para colocar a inflação em declínio e assegurar que essa tendência persista no próximo ano."

Mais que tentar manter os preços sob controle, a meta do BC é fazer o índice oficial de inflação (IPCA) se aproximar do centro da meta, de 4,5% neste ano e em 2014.

Só assim, defendem interlocutores do governo, será possível resgatar a credibilidade da equipe do BC, mostrando autonomia e compromisso com o controle de preços mesmo num cenário de menor crescimento.

Em setembro, a inflação acumulada em 12 meses recuou para 5,86%. Foi a primeira vez no ano que o índice caiu abaixo de 6%, mas o número ainda é elevado e há expectativa de pressão.

ELEIÇÕES

Segundo avaliações internas do governo, o BC precisa consolidar a trajetória de convergência para a meta até meados do ano que vem para evitar que o tema vire problema na sucessão da presidente Dilma Rousseff.

A Folha apurou que, ao mesmo tempo que os diretores do Copom contabilizam que não terão apoio da política fiscal para controlar preços, eles têm claro que não compensarão todos os estragos recentes na inflação apenas com alta de juros.

A estimativa do BC é encerrar 2013 com o IPCA em 5,8%. Essa queda também já estava no cenário da equipe econômica. A ideia é que o índice caia mais no ano que vem.

A equipe considera um "risco excessivo" a inflação acumulada próxima do teto da meta, já que a economia brasileira está suscetível a choques externos.

A principal incógnita na equação oficial é a política monetária nos EUA. A dúvida é se o banco central de lá vai reduzir (e em que velocidade) os estímulos que tem dado à economia, de US$ 85 bilhões mensais antes ou durante 2014, quando Dilma estará em campanha eleitoral.


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