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Empresas pagam Unicef por aval para campanhas sociais
RICARDO MIOTO DE SÃO PAULOPor valores relativamente pequenos para os padrões da área de marketing, empresas estão se tornando parceiras do Unicef e utilizando a marca da entidade nos seus produtos e em campanhas publicitárias com tom social.
A Unilever, por exemplo, divulgou ontem que dará ao Fundo das Nações Unidas para a Infância R$ 500 mil.
Assim, seu desejo de melhorar os banheiros de escolas públicas do semiárido passa a ser chancelado pela entidade, e o logo do Unicef passa agora a aparecer nas embalagens da linha Vim, de produtos clorados de limpeza.
A colaboração de R$ 500 mil na ação é parte dos esforços de posicionamento da marca, lançada neste ano no país com um investimento publicitário de R$ 50 milhões.
O Unicef busca dinheiro privado, diz Gary Stahl, presidente da Unicef no país, porque recebe pouca verba externa para o Brasil. "Poucas doações dos países ricos ao Unicef chegam aqui, a maioria se destina à África, a regiões da Ásia. O Brasil não é considerado tão necessitado."
Assim, mais de 90% dos recursos do Unicef aqui são fruto de doações. Além de Unilever, são ou foram parceiras da Unicef empresas como Petrobras, Procter & Gamble, Mac Cosméticos e Fundação Itaú.
As empresas podem destinar recursos a projetos próximos à atuação de suas marcas. É o caso do Vim, utilizado na higiene de banheiros.
"Esse tipo de ação é muito mais profunda do que só inserir um comercial na TV. Você cria vínculo com o consumidor", diz o diretor de marketing Diego Colicchio.
O fato de a verba não ser destinada a fazer banheiros de fato, mas para incentivar os prefeitos nordestinos a fazê-lo, é explicado por Stahl.
"Não falta dinheiro. Há vários programas dos ministérios. Falta gestão, muita verba federal não é utilizada."
A verba irá ao Selo Município Aprovado, do Unicef, que incentiva prefeitos de cidades pobres do semiárido a construir e reformar banheiros em escolas, entre outras ações.
