Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mercado

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Perfil Janet Yellen

Dona do cofre

Primeira mulher a ser indicada para presidir o banco central dos EUA baseou carreira acadêmica em pesquisas sobre como o Fed pode estimular a queda do desemprego

BINYAMIN APPLEBAUM DO "NEW YORK TIMES"

Quando os economistas Janet Yellen e George Akerlof decidiram contratar uma babá para seu filho, nos anos 80, resolveram pagar salário superior à média. Calcularam que uma babá mais feliz cuidaria melhor do menino.

A decisão inspirou o casal a desenvolver uma nova teoria sobre o mercado de trabalho que continua a influenciar as justificativas que o Fed (banco central dos EUA) emprega para suas medidas de estímulo ao emprego.

Passados 30 anos, Yellen, 67, e o debate se transferiram do mundo teórico da academia para o próprio Fed.

Ela foi apontada pelo presidente Barack Obama para suceder Ben Bernanke porque muitos democratas a consideram a melhor pessoa para levar adiante os estímulos e reforçar a regulamentação do setor financeiro.

Como muitos economistas de sua geração, Yellen foi atraída ao ramo com a intenção de unir o amor pelo rigor matemático ao desejo de afetar a vida das pessoas.

Nascida em Nova York em 1946, foi criada num bairro de classe média à beira-rio.

A mãe, professora interessada por finanças, parou de trabalhar para cuidar de Janet e do irmão, John. O pai, clínico geral, atendia num consultório caseiro que fechava às quartas para que a família convivesse mais.

Alguns colegas recordam-se dela como estudante inteligente e dedicada, um tanto distante do mundo de música, festas e ativismo.

Fazia parte da "garotada que gostava de música folk".

A cada ano, o editor do jornal da escola entrevistava o orador da turma; no caso de Yellen, que ocupava os dois postos, isso quis dizer que ela entrevistou a si mesma.

Yellen e Akerlof se conheceram em 1977 em um refeitório do Fed, onde ambos eram pesquisadores. Yellen não havia conseguido um posto de titular depois de seis anos como professora-assistente na Universidade Harvard. Akerlof havia enfrentado o mesmo em Berkeley.

"Gostamos um do outro imediatamente e decidimos nos casar", escreveu Akerlof em um artigo autobiográfico publicado depois que ele conquistou o Nobel de Economia, em 2001.

Os dois passaram boa parte dos anos 80 tentando compreender o desemprego --no escritório, na mesa de jantar e em suas férias no Havaí, onde os dois raramente entravam na água, preferindo ler livros de economia na areia.

Yellen vem evitando falar em público desde junho, para não causar a impressão de que está em campanha pelo posto de Bernanke. Mas suas opiniões se mantiveram firmes nas três últimas décadas: quando o desemprego está alto, o Fed tem que atuar.

Nova presidente deve pressionar mais que Bernanke pela manutenção de estímulos
folha.com/no1354279


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página