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Vale sofre pressão para reduzir preço de minério

Declaração é de diretor da empresa, que reduziu em 20% preço a chinesa

Menor demanda obriga mudança, como fim de ajuste trimestral pela média do preço, de até US$ 150 a tonelada

DENISE LUNA
DO RIO

A Vale está sofrendo pressão por parte dos seus clientes para reduzir o preço do minério de ferro devido à menor demanda do mercado, disse ontem o diretor de Minério de Ferro e Estratégia da Vale, José Carlos Martins, durante o Vale Day, evento da empresa em Londres.

Esse foi o motivo que levou a companhia a mudar a forma de precificação da venda para sua cliente China Steel.

A empresa asiática reivindicou um valor mais próximo ao praticado à vista, atualmente 20% menor do que os estipulados nos contratos trimestrais com a Vale.

Agora, a mineradora brasileira negocia com uma das suas maiores clientes, a siderúrgica Arcelor Mittal, mas deixa claro que a opção pelo preço à vista terá outras condições comerciais.

"Estamos abrindo mão da previsibilidade, mas, se optarem por isso, não vai ter volta", afirmou.

Com a mudança, o contrato deixa de ter ajuste trimestral baseado na média do preço à vista dos últimos três meses, com um de defasagem.

Martins observou que, apesar de o preço ter entrado em tendência de queda, os valores devem permanecer estáveis nos próximos três meses, em um patamar entre US$ 140 e US$ 150 a tonelada.

risco de afundar

Martins disse que a Vale não vai alterar seu plano de continuar utilizando navios de grande porte para transporte de minério de ferro, apesar dos problemas do navio Vale Beijing no porto de Ponta da Madeira, no Maranhão, que teve o carregamento interrompido nesta semana após risco de afundar.

Ele classificou como sério o problema ocorrido com o Vale Beijing, mas afirmou que isso não altera os planos estratégicos da companhia de ter 19 navios com a mesma capacidade em sua frota própria e outros 16 afretados de terceiros, sendo oito da STX, construtora do Vale Beijing.

O navio começou ontem a ser removido do porto maranhense para reparos, após ameaçar afundar enquanto era carregado com minério de ferro. Ele tem capacidade para 400 mil toneladas.

"O problema é muito sério, mas precisamos esperar as conclusões da empresa. Espero que tenham uma boa explicação", afirmou Martins.

Ele lembrou que outros navios do mesmo tamanho estão operando sem nenhum problema para a Vale, como o Vale Brasil, que já estaria na sua quinta viagem, o Vale Rio de Janeiro e o Vale Itália.

Sobre o fato de essas grandes embarcações não conseguirem atracar em portos chineses, Martins disse que com o tempo os portos serão adaptados, assim como aconteceu com os aeroportos com a chegada de aviões maiores.

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