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Livraria serve de apoio a venda on-line

Pesquisa confirma que, como livreiros suspeitavam, cliente examina obra desejada na loja física e adquire na rede

Setor também precisa se preocupar com crescente leitura eletrônica, e as editoras devem ajudar lojistas, diz especialista

JULIE BOSMAN
DO “NEW YORK TIMES”

Proprietários de livrarias nos Estados Unidos havia muito tinham a suspeita de que os clientes de suas lojas que digitam em seus celulares enquanto visitam as estantes, e saem sem efetuar nenhuma compra, na verdade planejam adquirir mais tarde os livros que já viram on-line.

E provavelmente farão isso no site Amazon.com, o grande rival das livrarias, que oferece livros com pesados descontos.

Agora, eis que uma pesquisa confirma que essa prática, que os livreiros descrevem como "teste de loja", não é fruto de sua imaginação.

De acordo com a estudo, conduzido em grupo pelo Codex Group, uma empresa de pesquisa e consultoria sobre o mercado editorial, 24% das pessoas que disseram ter comprado livros no varejo on-line nos 30 dias anteriores ao levantamento disseram também ter visto o livro primeiro em uma loja física.

A pesquisa também informa que 39% dos respondentes que adquiriram livros da Amazon no período disseram ter primeiro olhado o título em uma loja física, antes de comprá-lo on-line.

Na interpretação dos livreiros frustrados, a prática permite que os compradores tirem vantagem da seleção cuidadosa de livros, das recomendações dos funcionários e da atmosfera calorosa da livraria enquanto gastam seu dinheiro em outro lugar.

Valerie Koehler, proprietária da Blue Willow Bookshop, em Houston, relata que apenas ocasionalmente vê consumidores aparentemente digitando títulos em seus celulares, em lugar de comprar livros na sua loja.

Mas ela também suspeita que o tamanho pequeno de sua loja ajude quanto a isso, porque o ambiente gera uma intimidade que desencoraja esse tipo de comportamento.

"Não temos muito anonimato por aqui", diz Koehler. "Creio que a maioria das pessoas venha porque deseja mesmo comprar algo aqui."

Mas Peter Hildick-Smith, presidente do Codex Group, diz que as editoras e as livrarias deveriam se preocupar com a prática, especialmente se for levado em conta o número crescente de leitores eletrônicos em circulação.

"É uma preocupação real", diz Hildick-Smith. "As duas forças combinadas vão colocar pressão ainda maior sobre as vendas das livrarias no ano que vem, a menos que as editoras façam mais para ajudar os livreiros, como os estúdios de cinema fazem, historicamente, para ajudar os exibidores."

Tradução de PAULO MIGLIACCI.

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