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Vaivém

MAURO ZAFALON mauro.zafalon@uol.com.br

Mudança no crédito faz indústria moer menos soja

As indústrias voltadas para o agronegócio, que ainda não venceram a batalha da agregação de valor em seus produtos, podem estar ainda mais distantes desse objetivo.

A edição da medida provisória 552, que entrou em vigor no início deste mês, retirando o crédito presumido do PIS/Cofins do setor, deverá reduzir em 10 milhões de toneladas o processamento de soja pela indústria brasileira.

Ou seja, o país vai exportar menos farelo e menos óleo de soja -com valor agregado- e venderá mais soja em grão -de menor valor agregado.

Essa industrialização será transferida para países importadores, como a China, afirma Fabio Trigueirinho, secretário-geral da Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais).

Na avaliação de Trigueirinho, o Brasil deixará de exportar 7,5 milhões de toneladas de farelo de soja e 2 milhões de toneladas de óleo.

A retirada do crédito presumido, que é um ressarcimento de 4,62% dos tributos pagos nas etapas agrícolas anteriores, fará a indústria nacional perder competitividade em relação a outros países, que têm políticas de incentivos às exportações de produtos industrializados.

Trigueirinho cita o exemplo da Argentina, país que tem medidas de incentivos à industrialização e deverá ganhar os mercados a serem deixados pelo Brasil.

Em 1995, os argentinos produziam 12,5 milhões de toneladas de soja e processavam 70% desse produto. Atualmente processam 76% dos 52 milhões que colhem.

Já o Brasil, que produzia 25,9 milhões de toneladas em 1995 e processava 78% desse produto, deverá moer apenas 49% dos 75 milhões de toneladas a serem produzidos nesta safra.

Para Trigueirinho, a medida provisória 552 não afetará apenas as indústrias.

Um processamento menor poderia elevar os preços pagos pelos consumidores pelo derivados de soja, como óleo e margarina, além de afetar o fornecimento de farelo para os produtores de carnes.

Já os produtores de soja poderão encontrar uma liquidez menor no mercado, o que desvaloriza os preços.

Dificuldades Está mais difícil para a indústria frigorífica colocar mais carne bovina nos principais mercados atacadista e varejista nas últimas semanas. Com isso, os preços do boi gordo perderam força.

Queda A arroba de boi recuou para R$ 100 no noroeste do Estado de São Paulo ontem, segundo a Informa Economics FNP. A queda foi de 2% no dia e de 3% nos últimos sete dias.

Menor A safra de cana-de-açúcar deverá recuar para 571,5 milhões de toneladas em 2011/12, uma queda de 8,4% sobre a anterior, segundo dados da Conab.

Equilíbrio Serão destinados 284 milhões de toneladas para a produção de açúcar e 288 milhões para a de etanol.

Sudeste As usinas do Sudeste, principal região produtora do país, deverão moer 364,2 milhões de toneladas, 14% menos do que em 2010/11.

Laranja A safra comercial atinge 376 milhões de caixas de 40,8 quilos. Já a indústria processará 334 milhões, segundo a Conab e o Instituto de Economia Agrícola.

Biodiesel Até fevereiro, o governo terá uma proposta de marco regulatório para encaminhar ao Congresso Nacional, segundo a Aprobio (associação dos produtores).

DE OLHO NO PREÇO COTAÇÕES

Londres

Petróleo

(US$ por barril) 108,11

Alumínio

(US$ por tonelada) 2.060

Mercado interno

Soja

(R$ por saca) 40,61

Milho

(R$ por saca) 22,40

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