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Revendas abrirão dois domingos ao mês

Negociação entre sindicatos das categorias durou seis meses e foi concluída nesta semana; trabalhador ganhou

Domingo é considerado o segundo melhor dia de vendas; São Paulo tem 300 concessionários e 21 mil funcionários

Moacyr Lopes Junior/Folhapress
Fila no sindicato dos vendedores de concessionárias
Fila no sindicato dos vendedores de concessionárias

VENCESLAU BORLINA FILHO
DE SÃO PAULO

As concessionárias de veículos da cidade de São Paulo vão abrir apenas dois domingos por mês a partir de 1º de janeiro de 2012. A decisão foi tomada nesta semana após seis meses de negociação entre os sindicatos dos vendedores e patronal.

Há dez anos as revendas funcionam de domingo a domingo. Porém, neste ano, a pressão dos vendedores aumentou sobre os patrões. A medida gerou um racha no setor e facilitou a tomada da decisão pelos representantes dos sindicatos.

Segundo a Folha apurou, grandes grupos de revenda de veículos se posicionaram contra o fechamento aos domingos. O dia é considerado o segundo melhor em vendas, atrás apenas dos sábados. São Paulo tem 300 revendas e 21 mil empregados.

A direção do Sincodiv (Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos de São Paulo) informou que a decisão tomada foi o meio-termo entre o que reivindicado pelos trabalhadores e solicitado pelos concessionários de veículos associados.

O presidente do Sindicato dos Comerciários de São Paulo, Ricardo Patah, afirmou que a decisão é o primeiro passo para acabar com o trabalho aos domingos. "Era uma escravidão. A maior parte dos trabalhadores é contra trabalhar aos domingos."

O presidente da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos), Sérgio Reze, apoiou a decisão de fechar aos domingos porque o funcionário "não aguenta mais trabalhar".

Segundo o calendário fixado, as concessionárias abrirão entre o segundo e o quinto domingos de cada mês. Datas como 1º de janeiro, Natal (25 de dezembro) e Dia do Trabalho (1º de Maio) estão fora.

A concessionária que descumprir a decisão poderá ser multada em R$ 1.500 por funcionário convocado a trabalhar. No caso de reincidência, o valor será acrescido de 20% e o caso poderá ser encaminhado à Justiça pelo sindicato funcional.

CUSTO

De acordo com a convenção trabalhista do setor, os funcionários convocados a trabalhar terão que ganhar um dia de folga ou receber. Não há compensação. O valor aumentou para R$ 90 o dia completo (oito horas) ou R$ 11,25 por hora.

O valor do vale-refeição também aumentou, para R$ 25. Antes, era R$ 16.

Já os trabalhadores poderão contribuir mais com o sindicato. Na convenção, ficou acertado que o valor corresponderá a 6% do salário bruto de outubro. Até 2011, o valor total era R$ 92. Ontem, centenas deles se concentraram na porta do sindicato para excluir a cobrança, que é facultativa.

Patah negou que a medida tenha relação com a restrição do trabalho aos domingos. "Estamos corrigindo uma distorção. Quem ganha mais tem que pagar mais", disse.

Para o vendedor Flávio da Silva Leite, 32, a decisão tomada não foi a melhor. "Queríamos todos os domingos. Agora vamos esperar o resultado para o consumidor. A gente vendia bastante aos domingos, mas agora eles terão que comprar em outros dias."

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