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Vaivém das commodities

MAURO ZAFALON mauro.zafalon@uol.com.br

Produção de cana melhora, mas chega ao limite

Após patinar nos últimos anos, o setor sucroenergético reagiu nesta safra 2013/14. As estimativas mais recentes indicam moagem de cana de 590 milhões de toneladas, 60 milhões mais do que em 2012.

A oferta de etanol também cresce e vai para 25,2 bilhões de litros, 3,8 bilhões mais do que na safra 2012/13.

Os números salvaram a Petrobras e aliviaram o bolso do consumidor. A oferta maior de álcool fará com que a Petrobras importe 3,5 bilhões de litros a menos de gasolina.

Sem o etanol, as importações atingiriam 7,4 bilhões de litros para cobrir o crescimento da demanda.

Além disso, a maior oferta de etanol deu um ganho de 10% na capacidade de refino da empresa.

Do lado do consumidor, a maior oferta de álcool permitiu uma redução da paridade do valor do etanol em relação ao da gasolina.

O custo do derivado de cana recuou para 67% do de petróleo na cidade de São Paulo, aponta pesquisa da Folha.

Apesar da recuperação, o cenário não é bom. Vai demorar para o setor repetir uma boa evolução como a deste ano, tanto na moagem como na produção de etanol, segundo avaliação de Antonio de Padua Rodrigues, diretor da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar).

A oferta de cana e a capacidade de moagem das usinas ficam estáveis na próxima safra. Além disso, nove usinas poderão deixar de funcionar em 2014 e apenas uma entrará em operação.

Antes da crise financeira de 2008, o endividamento líquido das empresas representava 30% do faturamento líquido. Neste ano, está em 105%.

Pelo menos 13% das receitas das usinas estão comprometidas com o pagamento de juros da dívida neste ano, um percentual bem superior aos 3% de antes de 2008.

Mas as preocupações também estão no mercado externo. A demanda mundial cresce, mas o papel do etanol está mudando, diz Elizabeth Farina, presidente da Unica.

Crise econômica e uma certa perda de entusiasmo com o etanol como energia limpa trazem novas discussões em mercados como o da Europa e o dos Estados Unidos.

Esses elementos mudam as perspectivas, mas o produto ainda não perdeu o potencial de crescimento, tomando em consideração os planos dos governo, diz Elizabeth.

DE OLHO NO PREÇO

cotações

Chicago

Soja
(US$ por bushel)13,47

Milho
(US$ por bushel)4,27

Londres

Cobre
(US$ por tonelada)7.286

Chumbo
(US$ por tonelada)2.150

Balanço As exportações brasileiras de etanol devem recuar para 2,61 bilhões de litros neste ano, 850 milhões menos do que na safra passada, segundo a Unica.

Oferta maior O volume menor a ser exportado --850 milhões de litros-- e a quantidade maior a ser produzida --3,8 bilhões-- vão garantir 4,6 bilhões de litros de álcool a mais no mercado interno.

Cana O valor médio da tonelada de cana caiu para R$ 59,80 de abril a novembro, 9% menos do que em igual período do ano passado.

Açúcar Um dos principais motivos dessa redução foi a queda no preço externo do açúcar para exportação.

Valor Com essa queda, a cana destinada à produção de açúcar caiu para R$ 57 por tonelada, abaixo da destinada ao etanol anidro, que remunera o produtor em R$ 62.

Transgênicos A área será de 40,2 milhões de hectares no Brasil na safra 2013/14. A soja ocupará 27 milhões, aponta a consultoria Céleres.

No empate Apesar dos bons preços obtidos com o trigo neste ano, os gaúchos afirmam que não tiveram lucro. Houve um empate entre receitas e custos, devido ao forte aumento destes.

Preço mínimo A avaliação é da FecoAgro (federação das cooperativas de RS), que, em vista desse cenário, pede uma elevação dos preços mínimos da próxima safra para R$ 635 por tonelada --o atual é de R$ 531.


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