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Comércio externo tem pior ano desde 2000

Superavit cai 87%, a US$ 2,6 bi, mas resultado seria pior não fosse venda recorde de plataformas que não saíram do país

Governo defende cálculo de plataformas nas exportações e diz que resultado da balança deve ser comemorado

SHEILA D'AMORIM DE BRASÍLIA

O país teve em 2013 o pior resultado no comércio externo em 13 anos, mesmo com as estatísticas oficiais mostrando exportações recorde de plataformas de petróleo que, na verdade, não deixaram o país por terem sido alugadas internamente.

O superavit de US$ 2,6 bilhões foi 87% inferior ao de 2012 e o menor desde 2000, quando houve deficit de US$ 731 milhões. Também foi a primeira vez desde 2002 que o superavit anual não atingiu o patamar de dois dígitos.

O desempenho no ano passado refletiu uma combinação de crise nas principais economias do mundo, que afetou a venda de produtos brasileiros, fraca produção nacional de petróleo e derivados e aumento da demanda interna por combustível.

O petróleo é um dos principais itens da pauta de exportação do Brasil. Com a baixa produção em 2013, o país não só deixou de vender, como também teve de importar mais para atender a uma maior demanda interna.

Com isso, em 2013, a balança comercial do petróleo apresentou o maior deficit da história: US$ 20,3 bilhões. Essa conta foi influenciada porque a compra feita em 2012 de US$ 4,6 bilhões em petróleo só entrou nos cálculos oficiais em 2013, contribuindo para o aumento do deficit.

No acumulado do ano, as exportações totais do Brasil caíram 1% em relação a 2012, enquanto as importações bateram recorde, subindo 6,5%.

Ainda assim, o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Daniel Godinho, disse que há motivos para comemorar, já que a exportação se manteve "num patamar elevado" num ano considerado extremamente "difícil".

PLATAFORMAS

O retrato do comércio exterior em 2013 só não ficou pior porque o governo contabilizou como exportação o vaivém contábil envolvendo sete plataformas produzidas aqui, vendidas a subsidiárias da Petrobras e de outras petroleiras no exterior e alugadas a empresas no Brasil.

Essas operações, que são legais e geram vantagens tributárias para as empresas (as petroleiras não precisam pagar PIS, Cofins e IPI sobre as plataformas), somaram US$ 7,7 bilhões em 2013, valor recorde. Sem essas exportações, o comércio externo teria sido deficitário.

Godinho defendeu a sistemática. "Cada país tem seu modelo [de contabilização dessas transações]. Esse é o modelo brasileiro, que existe desde 1999", disse, rebatendo as críticas de que se trata de manobra para inflar artificialmente os dados oficiais.

"Quem produz são estaleiros nacionais, não é a Petrobras. O fabricante vende para um estrangeiro e há ingresso de moeda estrangeira no país. Não posso dar tratamento diferenciado das demais exportações."

Segundo ele, desde 2004, com exceção de 2006 e 2009, houve exportação de plataforma. Porém, o valor máximo apresentado foi de US$ 1,5 bilhão em 2008 e 2012.


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