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CVM multa acusados de lucrar com Sadia

Dos 11 acusados de usar dados privilegiados sobre a empresa em 2008, 10 são autuados; advogados contestam

Única absolvida foi a secretária da empresa de ex-administrador da Sadia; multa máxima foi de R$ 1,163 milhão

DENISE LUNA
DO RIO

Por três votos a um, a CVM puniu 10 dos 11 acusados de usar informações ainda não divulgadas ao mercado em operações com ações preferenciais da Sadia, no terceiro trimestre de 2008. Os negócios foram feitos pouco antes de a empresa informar prejuízo de R$ 760 milhões por causa de perdas cambiais.

A única acusada absolvida foi Nanci Lúcia Panzera Forner, secretária da empresa de Octaviano Zandonai, ex-administrador da Sadia e que recebeu a maior multa, no valor de R$ 1,163 milhão, referente a duas vezes o prejuízo que ele teria caso não tivesse vendido as ações, critério utilizado para todas as multas.

A divulgação do balanço da Sadia aconteceu no dia 25 de setembro de 2008. A maioria das vendas ocorreu entre os dias 17 e 18. "Todos os acusados têm estreita relação pessoal, todos usaram a corretora Concórdia (que era da Sadia) no mesmo período de tempo e tinham contato estreito entre si e com a administração da Sadia", disse Otávio Yazbek, diretor da CVM, em seu voto, ontem.

Os advogados contestaram as acusações. Para eles, os acusados não tinham relação direta com a administração da empresa e as vendas foram feitas com base na crise financeira que afetava o mercado na época, o que provocava forte queda dos papéis.

Foram multados ainda o gerente de tesouraria da Sadia na época, Daniel Antunes de Azevedo, em R$ 200 mil; os ex-administradores da Sadia Alberto Stringhini, em R$ 1,101 milhão, e Élvio de Oliveira Flores, em R$ 978,3 mil.

A empresa Octaviano Zandonai & Cia. Ltda., de Octaviano Zandonai, recebeu multa de R$ 720,6 mil; Juliano Zandonai, filho de Octaviano, de R$ 94,5 mil; Alberto Zuzzi, ex-fornecedor da Sadia, de R$ 280,9 mil; Hugo Saito, funcionário da Concórdia, de R$ 300 mil; e a Family Trust Clube de Investimentos e o Clube Primoivests de Investimentos, ambos administrados por Hugo Saito, multas de R$ 32,4 mil e de R$ 112,4 mil, respectivamente.

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