Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mercado

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Com IOF, venda de dólar em moeda dispara

Procura aumenta até 40% após governo elevar alíquota do imposto nos cartões pré-pagos de 0,38% para 6,38%

Instituições ouvidas pela Folha tiveram que reforçar os estoques de dinheiro vivo para dar conta do novo cenário

ANDERSON FIGO DE SÃO PAULO

A procura por dólar e outras moedas em espécie aumentou até 40% desde que o governo elevou, no fim de dezembro, a cobrança de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) no cartão de débito, saques em moeda estrangeira no exterior, compras de cheques de viagem (traveler cheques) e carregamento de cartões pré-pagos com moeda estrangeira. A taxa passou de 0,38% para 6,38%.

O movimento obrigou as instituições a reforçar o caixa de dinheiro vivo, segundo apurou a Folha com dez corretoras de câmbio e bancos.

O Banco Paulista, por exemplo, subiu seu estoque em cerca de 20%. "Agora, são mais de US$ 70 milhões que temos nesse tipo de produto espalhados por nossas praças pelo país", diz o diretor Tarcisio Rodrigues.

Já a demanda pelos cartões pré-pagos despencou. A avaliação, no entanto, é que a queda ficará aos poucos mais amena, uma vez que esse tipo de produto oferece vantagens que, para alguns consumidores, compensam o imposto maior.

É o caso das pessoas que vão fazer intercâmbio no exterior por períodos longos, de seis meses, por exemplo, segundo Alexandre Fialho, diretor da Cotação, corretora do Banco Rendimento.

"O pai que vai mandar o filho para uma temporada de estudos de seis meses na Austrália não vai preferir que ele leve todo o dinheiro que será utilizado nesse período em espécie, pois o risco de perda ou roubo é muito grande."

A principal vantagem do pré-pago é que a taxa de câmbio é conhecida no momento em que o consumidor recarrega o cartão. No cartão de crédito, a cotação é definida apenas no fechamento da fatura, no mês seguinte.

"Essa é uma vantagem bastante interessante, que pesa ainda mais em um cenário de forte oscilação do câmbio, como o atual", afirma Luiz Almeida, vice-presidente de marketing da Super.

"Quando o consumidor vê que a cotação do dólar caiu, sabe que é um dia bom para recarregar o cartão pré-pago. Assim, evita uma surpresa no futuro", acrescenta.

A segurança é outro ponto positivo do pré-pago, que pode ser bloqueado e substituído em caso de roubo ou furto. O mesmo, porém, pode ser feito com o cartão de crédito.

Algumas instituições pensam em adotar medidas para aumentar a atratividade dos catões pré-pagos, como reduzir a já pequena margem de lucro nas operações.

"Mesmo assim, a diferença entre as cotações não compensa o imposto. É impossível dar um desconto tão grande", afirma Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora.

DIA DO MERCADO

O dólar à vista, referência no mercado financeiro, fechou ontem com baixa de 0,34%, a R$ 2,359. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, cedeu 0,59%, a R$ 2,351.

Na Bolsa, o Ibovespa, principal índice brasileiro, caiu 0,54%, a 49.426 pontos.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página