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Pequeno credor questiona acordo com OGX
Com US$ 300 milhões em títulos, grupo quer o mesmo tratamento de grandes fundos
Uma fatia dos credores internacionais da OGX, do empresário Eike Batista, está insatisfeita com o acordo celebrado entre a empresa e os grandes detentores dos títulos de sua dívida bilionária.
Esse grupo representa US$ 300 milhões dos US$ 5,8 bilhões que a petroleira deve no exterior, mas querem tratamento semelhante ao que foi dado aos grandes fundos de investimento como Pimco, BlackRock, Ashmore e GSO.
Mais de 30 investidores estão sendo organizados pelo escritório americano McDermott Will & Emery LLP.
Eles pretendem entregar no próximo mês uma objeção contra o acordo da petroleira com os credores ao juiz que cuida do processo de recuperação judicial da OGX no Rio de Janeiro.
A principal reclamação desses "pequenos" credores é que foram praticamente excluídos de participar do empréstimo de US$ 215 milhões que será feito pelos detentores dos títulos da OGX. A petroleira, que mudou recentemente de nome para OGP, precisa desse dinheiro para pagar despesas e sobreviver, enquanto tenta gerar caixa.
O motivo de os credores brigarem entre si para emprestar dinheiro a uma empresa quase quebrada são as condições do acordo celebrado na véspera do Natal do ano passado. Apenas quem participar do novo financiamento terá direito a converter esse capital em 65% das ações da companhia.
A dívida bilionária que os detentores dos títulos da empresa cobram valerá só 25% das ações da petroleira. Isso ocorre apesar de o valor da dívida ser muito superior ao do novo financiamento.
A questão é que os títulos estão sendo negociados a valores irrisórios no mercado, o que reduz o poder de barganha dos credores.
"Estamos avaliando o caso e aguardando a divulgação do plano de recuperação da empresa, que deveria ocorrer até o dia 24. Se os problemas não forem sanados, vamos entregar uma objeção ao juiz brasileiro", afirmou Tim Walsh, chefe do departamento de insolvência e reestruturação do escritório nova-iorquino.
Outro ponto de reclamação dos "pequenos" credores é o valor da dívida que a OGX tem com a OSX, empresa naval que também pertence a Eike e estava encarregada das plataformas da petroleira.
O acordo estabeleceu essa dívida em US$ 1,5 bilhão. Segundo Walsh, é preciso discutir se essa dívida não é menor e se a OSX deve ter a mesma prioridade de receber do que os outros credores, já que, por possuir o mesmo controlador, dispunha de informações dos bastidores da crise do grupo.
OUTRO LADO
A OGX informou em nota que "o acordo de reestruturação tem o apoio integral da maioria dos bondholders (detentores dos títulos)".
A companhia ressaltou também que o aporte de recursos por um grupo de investidores em troca de ações "agiliza a solução da situação financeira da OGX e oferece um novo começo".