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Para ex-ministro, Argentina caminha para 'estagflação'

Martín Lousteau afirma que falta usar bons instrumentos de combate à alta dos preços

SYLVIA COLOMBO DE SÃO PAULO

A Argentina viverá uma "estagflação" [inflação alta acompanhada de estancamento da economia] pelos próximos anos e não sairá disso enquanto o governo não se decida a enfrentar a inflação de frente.

Assim pensa o economista Martín Lousteau, 43, ex-ministro da Economia do governo Cristina Kirchner. Em desacordo com as políticas que a presidente passou a defender, Lousteau deixou o cargo em 2008 e passou a adotar posição crítica ao governo.

Folha - Quão esperada era a desvalorização do peso, e qual sua avaliação sobre o modo como o governo a realizou?
Martin Lousteau - Nos últimos seis anos, o setor público aumentou sua participação no PIB ao redor de dez pontos. Essa expansão foi financiada com emissão, o que levou a economia a níveis de inflação bem superiores a 20% [o número oficial é 11%, mas consultorias privadas o avaliam entre 20% e 30%].
O governo colocou restrições crescentes para aceder às divisas. Automaticamente, voltou um fantasma: o dólar paralelo ou "blue" [como é chamado na Argentina].

A inflação está a níveis preocupantes e o governo não admite. Como o sr. crê que a equipe econômica poderá enfrentá-la?
A inflação não somente está a níveis preocupantes como tudo o que aconteceu desde que assumiu a nova equipe econômica acelerou o ritmo da subida de preços.
O governo tem quase as mesmas ferramentas de política econômica que qualquer outro país. Mas se nega a usá-las e recorre a uma receita falida, os acordos de preços. Aí se revela falta de vontade política para encarar a questão.

Os empresários brasileiros se preocupam com o protecionismo argentino e se preocupam com o alto custo dos investimentos no país. Devem esperar que cenário?
O que há de mais nocivo é o protecionismo reativo, imprevisível e carente de uma estratégia de longo prazo. Isso, no caso argentino, gerou conflitos gratuitos com outros países. A Argentina nos próximos anos estará marcada pela "estagflação". Mas isso vai se reverter. Com cautela e paciência, os próximos anos podem ser oportunidades para posicionar-se.

Leia a íntegra
folha.com/no1404074


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