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Carro importado terá aumento só em 2012

Veículos em estoque garantem aos importadores manter os preços mesmo diante do aumento do IPI a partir de hoje

Empresas têm estoque para até 90 dias; a coreana Kia será a única a divulgar nova tabela de preços hoje

VENCESLAU BORLINA FILHO
DE SÃO PAULO

O aumento do IPI (Imposto sobre Produtos Importados) para carros importados começa a vigorar hoje, mas só deve refletir nos preços para venda ao consumidor a partir de 2012, segundo a maioria dos importadores.

Isso será possível graças aos estoques formados pelas empresas com carros nacionalizados até ontem. Segundo a Folha apurou, os maiores estoques garantem três meses de venda sem aumento nos preços dos veículos.

O aumento do imposto foi publicado pelo governo em 15 de setembro, com efeito imediato. Porém, depois de 45 dias, o STF (Supremo Tribunal Federal) julgou o prazo inconstitucional e garantiu prazo de 90 dias para adaptação das montadoras.

A exceção entre os importadores será a coreana Kia. A empresa deve anunciar hoje uma nova tabela de preços com aumento imediato sobre os veículos. Os percentuais não foram anunciados, mas devem ser os mesmos praticados anteriormente, de 8%.

As chinesas JAC e Chery afirmaram que vão manter os preços dos seus veículos até durarem os estoques e o governo publicar novas regras para empresas com fábricas no Brasil. As duas estão com projetos em andamento.

A Hyundai anunciou que não reajustará os preços até o final do ano. A BMW e a Mini afirmaram que os preços serão reajustados a partir de 2 de janeiro, mas não divulgou os valores. Já a Audi afirmou que os preços dos veículos serão revistos só em 2012.

A Via Itália, importadora oficial da Lamborghini, da Maserati e da Ferrari no país, ainda não definiu os aumentos sobre os preços dos veículos. A Jaguar e a Land Rover anunciaram que os preços serão mantidos para estoque.

O governo elevou o imposto para carros que não atendam a exigência de 65% de conteúdo nacional. Durante os 90 dias, todas as montadoras tiveram que encaminhar documentos que comprovassem o percentual.

NOVO REGIME

Por parte dos importadores com projeto de fábrica no Brasil, a expectativa é que o novo regime automotivo prometido pelo governo crie mecanismos e libere o comércio de veículos enquanto não se produz no país com a exigência da nacionalização.

O ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, havia prometido publicar o plano antes do vigor da lei. Na semana passada, no entanto, o governo anunciou que não há prazo para a divulgação do novo regime.

O argumento dado pelo governo para o aumento do IPI foi de proteção aos empregos gerados pela indústria nacional. Entre os fabricantes, havia o temor do avanço das chinesas e das coreanas.

Para os importadores de veículos, porém, a medida facilitou a importação de carros vindos da Argentina e do México, criando mais empregos nos dois países. "Essa foi uma medida inócua e desnecessária", disse o presidente da JAC, Sérgio Habib.

Segundo dados da Abeiva (associação brasileira dos importadores de veículos) divulgados anteontem, a importação de carros da Argentina e do México subiu para 22%. Antes, era de 21,7%.

A Anfavea (associação nacional dos fabricantes de veículos) afirmou que a medida só gerará efeito em 2012.

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