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MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br

POR DENTRO DA EMPRESA

Três carros por minuto

Fábrica em Minas produz 15 modelos e mais de 50 versões

'Chinês quer baixo conteúdo nacional'

Cledorvino Belini, presidente da Anfavea (associação dos fabricantes de veículos automotores) e da Fiat, afirma que chineses que anunciam fábrica no país não planejam produzir carros com alto conteúdo nacional.

"A Jac Motors disse que vai fazer uma fábrica na Bahia com R$ 900 milhões. Fico pensando, mas nós somos idiotas aqui. Gastei R$ 1 bilhão para fazer um carro [o novo Palio], e o cara vai fazer fábrica e produto? O diferencial é o índice de nacionalização. Trabalhamos com índice muito alto e quem está chegando está pensando em índice baixo", afirma.

"Quem entra acha fácil atender [aos 65% de nacionalização exigidos]. Pode produzir na Argentina, no México e trazer."

O percentual de carros que montadoras no Brasil trazem do Mercosul e do México é de cerca 13%.

"Os próprios fornecedores e montadoras estavam comprando componentes na Ásia. A tendência agora é reduzir essas importações."

O setor, com caminhões e ônibus, deve crescer em torno de 5% em 2011, estima. O Brasil já fecha como quinto mercado, "atrás da Alemanha, mas mais atrás, do ponto de vista industrial. O país está importando muito".

Em 2011, o Brasil deve trazer cerca de 850 mil veículos e exportar 500 mil, estima.

Belini afirma que não basta o governo exigir investimentos em pesquisa e inovação. "No mundo, essa área é muito subsidiada. A 'Lei do Bem' talvez não seja suficiente ainda", diz.

"Uma coisa é exigir e outra é realmente investir. Temos custo de capital alto, enquanto o de nossos concorrentes é próximo de 1%."

A empresa começou em 2011 a investir R$ 10 bilhões (do plano até 2014), sendo R$ 7 bilhões na fábrica em Betim (MG), para elevar a produção. O resto irá para a nova unidade em Pernambuco.

"A tendência é fazermos aporte similar em 2015."

A Fiat, como a indústria em geral, reclama do custo da energia. "Em Minas, é mais cara que em outros Estados, como SP. A única solução que encontrei é que em Pernambuco a energia é mais barata", ironiza, em alusão à crítica mineira pela escolha do Estado para a nova planta.

Com relação à crise, Belini afirma não temer grande efeito negativo, dado o forte mercado interno. "O cenário [ante 2009] é outro hoje. Não acredito que se toque em IPI."

com JOANA CUNHA, VITOR SION e LUCIANA DYNIEWICZ

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