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Funcionários da Petrobras foram à Holanda investigar corrupção

Viagem foi feita logo após estatal anunciar auditoria interna para apurar se houve propina

Empregados da Petrobras receberam suborno de US$ 139 mi, disse ex-funcionário de fornecedora holandesa

SAMANTHA LIMA DO RIO

Funcionários da Petrobras estiveram em fevereiro na sede da SBM Offshore, na Holanda, logo após a divulgação do possível envolvimento da petroleira nas investigações sobre pagamento de propina pela empresa holandesa, sua fornecedora, em diversos países.

A Folha apurou que a SBM recebeu os representantes da Petrobras na sede do grupo, em Schiedam.

Eles tiveram acesso a toda a documentação que a empresa produziu a partir de investigação interna que realizou voluntariamente, em 2012, e que entregou às autoridades da Holanda e dos EUA.

Levantamento realizado pela Folha no site da Petrobras mostra que o gerente-executivo da diretoria jurídica da empresa, Nilton Antônio de Almeida Maia, esteve na Holanda entre 24 e 28 de fevereiro. A empresa não declarou o motivo da viagem.

A passagem foi emitida em 21 de fevereiro, uma semana após a Petrobras ter anunciado que iniciaria auditoria interna para investigar o caso.

Procuradas, SBM Offshore e Petrobras não quiseram comentar. A petroleira informou que seu gerente-executivo também não comentaria.

Segundo reportagem publicada ontem pelo jornal holandês "De Telegraaf", o convite para a visita da Petrobras ao escritório em Schiedam partiu da SBM Offshore.

Seu objetivo é, de acordo com o jornal, esclarecer o mais rapidamente possível o caso, uma vez que tem na Petrobras um de seus mais relevantes clientes no mundo, a quem aluga 7 de seus 11 navios-plataformas e tem encomenda de outros dois.

Além disso, pretende candidatar-se à licitação de outras plataformas que a Petrobras alugará para atender o pré-sal.

Para a Petrobras, diz o periódico, o objetivo é "avaliar a extensão da corrupção".

PRÁTICAS IMPRÓPRIAS

A direção da SBM descobriu, em 2012, por meio de controles internos, "indícios de pagamentos substanciais" feitos "mediante intermediários, aparentemente destinados a funcionários públicos".

Segundo a SBM, as "práticas comerciais impróprias" foram detectadas "em dois países na África e um fora da África". A empresa não citou países nem empresas envolvidos.

Segundo relato de ex-funcionário da SBM, que teria acompanhado as investigações internas e que publicou no site Wikipedia o detalhamento do caso, as propinas teriam sido pagas em sete países, entre 2006 e 2011, em um total de US$ 275 milhões, dos quais US$ 139,2 milhões a funcionários da Petrobras.


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