Bolsa de SP capta 9% dos participantes de simuladores de ações

Pelo menos 9% dos participantes de simuladores como o Folhainvest, game da Folha que reproduz o funcionamento do mercado de ações, já abriram conta em corretoras da BM&FBovespa.

São investidores que transitaram do mundo virtual, onde não corriam risco de perder dinheiro, para a realidade das transações, que podem dar prejuízo.

O dado foi obtido em um levantamento inédito feito pela própria Bolsa, que cruzou os CPFs dos participantes dos simuladores com os de sua base de clientes pessoa física, para medir a eficácia dos simuladores na formação de um novo público para o mercado.

"Foi uma surpresa. Não achávamos que seria um percentual tão alto. Mais importante do que a quantidade de novos clientes que os simuladores trazem é a qualidade desse público. São pessoas treinadas que chegam sabendo o que estão fazendo", disse Patricia Quadros, gerente de popularização da BM&FBovespa.

A Bolsa conta com 1,358 milhão de usuários em oito simuladores, sendo 738,7 mil só do Folhainvest, o maior e mais antigo simulador do mercado, fundado em 1998.

Além do Folhainvest, há simuladores do UOL - empresa controlada pela Folhapar, integrante do Grupo Folha, que publica a Folha e o "Agora"-, do Portal Exame, do jornal "Valor Econômico" (parceria do Grupo Folha com as Organizações Globo), do Banco do Brasil e o Simulação, da própria Bolsa.

Ao todo, os simuladores do mercado de ações somam 1,08 milhão de participantes.

Outros 278 mil participam do simulador do Tesouro Direto, que negocia títulos públicos, e do mercado de futuros, que reproduz os contratos financeiros (DI, dólar, Ibovespa futuro) e de commodities, todos da Bolsa.

PERFIL JOVEM

Pesquisa da Bolsa mostra que a maioria dos participantes dos simuladores são jovens, entre 21 e 30 anos, que estudam ou iniciaram recentemente a vida profissional.

No caso do Folhainvest, 32% dos participantes têm entre 21 e 25 anos e 24%, entre 26 e 30 anos. Só 23% dos usuários têm de 31 a 50 anos.

Os homens somam 84% dos participantes, enquanto as mulheres são 16%.

Os dados mostram que 23% são formados e 44% têm curso superior incompleto.

A faixa de renda anual predominante é entre R$ 10 mil e R$ 30 mil, com 37% dos usuários; 14% ganham de R$ 30 mil a R$ 50 mil por ano.