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Inovação da F-1 vai muito além de carros
Escuderias criam subsidiárias que aplicam conhecimentos das pistas em diversas áreas, de energia a pasta de dente
Experiência da F-1 ajudou preparação de equipes britânicas de ciclismo, vela e remo para jogos olímpicos
O circo da Fórmula 1 voltou neste fim de semana às pistas para a primeira corrida da nova temporada, mas boa parte do trabalho que será visto nos 19 circuitos do torneio em todo o mundo será executado no Reino Unido, no chamado "vale do automobilismo".
Agora, a inovação que surge de competir para construir um carro vencedor está sendo aplicada a outras atividades. A McLaren criou uma subsidiária chamada McLaren Applied Technologies (MAT), que está usando algumas das lições aprendidas com a F-1 em outros setores.
Ron Dennis, presidente-executivo da McLaren, diz que embora "as corridas devam continuar sendo nosso coração", as demandas do esporte colocam a companhia na vanguarda para inovação mais ampla. "A F-1 desbrava novos territórios e outros setores a seguem", afirma.
A MAT trabalha com companhias de diversos setores, como saúde e energia, e também ajuda outros esportes. "O Reino Unido se saiu melhor do que costuma nos jogos olímpicos recentes e uma pequena parte desse sucesso se deve à F-1", diz Dennis.
Ele menciona o trabalho da McLaren em esportes como o ciclismo, vela, remo e bobsled, com os engenheiros da equipe ajudando na melhora de equipamento e na busca de novas abordagens para o treinamento e o comportamento dos atletas nas provas.
Mas há outros setores beneficiados, sem ser esportes. No centro de tecnologia da McLaren em Woking, alguns dos engenheiros estão pensando em creme dental.
A McLaren aplicou sua experiência na F-1 à linha de produção de creme dental da GlaxoSmithKline. Ao adotar os princípios que embasam as paradas de box da Fórmula 1, onde um segundo pode decidir uma prova, a fábrica elevou sua produção em 6,7 milhões de tubos de creme dental ao ano. E isso em apenas uma linha de produção.
O trabalho da McLaren Applied Technologies permitiu que a GlaxoSmithKline reduzisse o tempo necessário para mudar a marca ou sabor de um creme dental na linha de montagem de 39 para 15 minutos. Esses ganhos de eficiência de mais de 60% permitem que a gigante do setor farmacêutico abasteça o mercado com mais rapidez e a custos menores.
Jim Newton, diretor de desenvolvimento de mercado da MAT, disse que "estamos buscando alterar a maneira de pensar das pessoas com quem trabalhamos, em sua abordagem quanto à melhora. E isso com sorte terá impacto duradouro em termos de produtividade, para a GlaxoSmithKline".
Outras equipes de F-1 também estão se diversificando. A Williams aproveitou seu conhecimento em automobilismo para trabalhar em setores como o transporte de massa, especialmente na busca de tecnologias para o uso mais eficiente de energia.
A escuderia também abriu uma subsidiária para levar inovações a outros setores. No momento, está envolvida com um projeto de geração de energia eólica na Escócia, que vai permitir abastecimento mais regular na região.