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Corretoras dão desconto em 'pré-pago'

Tentativa é manter clientela após o imposto sobre gastos no exterior nesse cartão ter subido de 0,38% para 6,38%

Empresas também negociam acordos com varejistas para dar mais descontos aos clientes que usarem pré-pago

EDUARDO CUCOLO DE BRASÍLIA

Para evitar uma queda ainda maior no uso do cartão pré-pago em moeda estrangeira, corretoras de câmbio têm deixado de repassar aos clientes o aumento integral de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) dessas operações anunciado pelo governo no final do ano passado.

Levantamento com base em dados do Banco Central para as 65 instituições financeiras que realizaram negócios com dólar em espécie e no cartão nos últimos dois meses mostra que quase metade delas passou a oferecer descontos nas operações para compensar parcialmente o aumento da alíquota do imposto, de 0,38% para 6,38%.

Instituições financeiras e empresas do setor também decidiram oferecer benefícios gratuitos, aderir a programas de milhagem e fechar parcerias com empresas no exterior para obter ofertas exclusivas e compensar a cobrança do IOF, para tentar recuperar a venda do produto.

Os números do BC mostram que as operações de compra de moeda estrangeira no cartão pré-pago caíram 50% em janeiro --primeiro mês em que vigorou o aumento do tributo-- em relação às de dezembro do ano passado. Na comparação com janeiro de 2013, a queda foi ainda mais expressiva, de 73%.

A compra de dinheiro em espécie, por outro lado, cresceu 16% sobre a do mês anterior, e o uso do cartão de crédito, que já tinha taxação mais elevada, subiu 26%.

A gerente de marketing da MultiMoney Corretora de Câmbio, Debora Necchi, afirma que a instituição oferece descontos na cotação para o pré-pago que variam de acordo com o local de vendas e a procura pelo produto no mês.

O diretor da Corretora Cotação, Nelson Gasparian, diz que a participação das vendas no cartão caíram de 60% para 35% do total dos negócios.

O executivo explica que a corretora passou a trabalhar com descontos de até 1,5% sobre o dólar no cartão para compensar parcialmente o aumento de seis pontos porcentuais do IOF.

Glaucy Lima, gerente da Fair Corretora de Câmbio, afirma que os negócios com o pré-pago estão agora limitados praticamente ao segmento de empresas, por questão de controle de gastos, e que as vendas para pessoas físicas despencaram.

Ela diz esperar, no entanto, que os incentivos ao uso desse produto ajudem a recuperar as vendas.

"O pré-pago é importante em termos de segurança, pois o cliente pode recuperar o dinheiro se for roubado. E é possível carregar o cartão aos poucos, de acordo com a taxa. No crédito, é preciso pagar o valor fixado no vencimento da fatura."

INCENTIVO

No esforço para compensar o aumento da taxação sobre a compra de moeda estrangeira no pré-pago, empresas de cartão estão fechando acordos com varejistas internacionais para obter mais descontos aos clientes nas compras feitas com esse meio de pagamento.

A Mastercard, por exemplo, prepara uma campanha que será lançada ainda neste mês para incentivar o uso do pré-pago, que diminuiu após a elevação do tributo em dezembro.

"Devido ao aumento do IOF, buscamos fazer promoções para que esse público tenha descontos significativos em shoppings e varejistas nos principais destinos turísticos", diz Alexandre Magnani, vice-presidente de Novos Negócios da Mastercard.


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