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Finanças Pessoais

MARCIA DESSEN - marcia.dessen@bmibrasil.com.br

Saiba investir sua renda extra proveniente de bônus e do 13º

No mundo corporativo, época de final de ano é tempo de celebração.

É tempo de olhar para o passado e avaliar quanto fomos capazes de produzir nos últimos 12 meses. Tempo de comemorar as realizações e refletir sobre os aspectos que podemos aprimorar no próximo ano.

Tempo de receber reconhecimento e recompensa pelo cumprimento de metas e alinhamento com a cultura da empresa onde trabalhamos.

Muitas pessoas recebem remuneração extraordinária nesta época do ano. O tradicional 13º salário ou um bônus generoso que premia nosso desempenho durante o ano são exemplos de uma entrada de caixa esperada e merecida.

Certamente muitos já fizeram planos para esse dinheiro extra. Muitos já gastaram por conta, antes da hora, e aguardam a chegada desse dinheiro para pagar compras e despesas assumidas antecipadamente.

Muitos aproveitam a oportunidade para ampliar suas reservas financeiras e se preparar para as despesas extraordinárias que chegam todo início de ano.

Outros percebem que a realização do sonho acalentado está cada vez mais próxima, com a acumulação do dinheiro que vem sendo feita, de forma planejada, há algum tempo.

A escolha de onde investir seus recursos é sempre delicada e requer muita análise e atenção. Afinal, você está abrindo mão da possibilidade de gastar agora, adiando seu consumo, seja ele qual for, para uma data no futuro, porque espera ver o seu poder de compra aumentar.

Isso será verdade se a rentabilidade proporcionada pelo investimento for positiva, real, considerando o desconto da inflação, e líquida, após o pagamento de tributos.

O cenário econômico atual com inflação acima da meta, juros em trajetória de queda e Bolsa em fase de muita instabilidade é, sem dúvida, um desafio e tanto para os investidores que querem proteger e expandir seu capital.

POUPANÇA

A poupança pagou em 2011 rentabilidade líquida próxima de 7,50%, representada por juros de 6,17% (0,5% ao mês, de forma acumulada) mais variação da TR de 1,21% (também acumulada).

Dado o cenário de queda na taxa de juros aguardado para 2012, mais atraente fica a poupança, já que ela paga taxa de juros fixa de 0,5% ao mês. É uma boa alternativa principalmente para pequenos investidores que ainda não têm poder de barganha e volume financeiro elevado para exigir taxa de administração baixa em fundos de investimento e em produtos de previdência.

CDB DI

Outra forma de investir é comprar um CDB (Certificado de Depósito Bancário), de taxa pós-fixada, que paga a variação média da taxa DI durante o prazo da operação.

Várias instituições oferecem remuneração progressiva, que aumenta à medida que o prazo da operação também aumenta. Exemplificando: você pode receber 100% da taxa DI para o prazo de um ano, 101% da taxa DI para o prazo de dois anos e 103% da taxa DI para o prazo a partir de três anos.

Diferentemente da poupança, cada investidor negocia a rentabilidade da operação com a instituição financeira, que tende a pagar taxa maior para quem tem mais dinheiro para investir.

No resgate incidirá Imposto de Renda entre 22,5% e 15%, conforme o prazo da operação. É um investimento de baixo risco, adequado para investidores com horizonte de tempo de médio prazo e que não estão dispostos a correr riscos no mercado de ações. Negocie a condição de liquidez, ou seja, a possibilidade de resgatar seu dinheiro, se necessário, para seu objetivo de investimento.

FUNDO DE INVESTIMENTO

Diversas modalidades de fundo, com diferentes objetivos de investimento, acolhem depósitos de investidores conservadores, moderados e agressivos, em busca de rentabilidade compatível com seu objetivo pessoal de investimento, seu horizonte de tempo e seu nível de tolerância a risco.

Fique atento à taxa de administração cobrada pelos fundos. Ela tende a ser relativamente alta para pequenos investidores. O IR será devido nos meses de maio e de novembro, ou no resgate, o que ocorrer primeiro (exceto no caso dos fundos de ações cujo IR será retido somente no resgate da operação).

É uma boa alternativa para quem deseja diversificar seus investimentos.

TESOURO DIRETO

Títulos públicos federais emitidos pelo Tesouro Nacional são ótima alternativa para pequenos e grandes investidores.

Compre LTN (Letra do Tesouro Nacional) e NTN-F (Nota do Tesouro Nacional série F) se você acredita na queda acentuada da taxa de juros.

Compre LFT (Letra Financeira do Tesouro) se você busca se atrelar à variação da taxa de juros de mercado, seja ela qual for.

Compre NTN-B (Nota do Tesouro Nacional série B) para proteger seu dinheiro contra a inflação.

Os custos são de 0,10% sobre o valor da operação, mais 0,30% ao ano de taxa de custódia, cobrada semestralmente.

Os agentes de custódia -corretoras de valores que fazem a intermediação financeira- cobram taxas que são livremente acordadas com os investidores.

Consulte a página do Tesouro Direto (www.tesouro.fazenda.gov.br/tesouro_direto) para conhecer os agentes e suas respectivas taxas.

BOLSA DE VALORES

Se uma fatia do seu capital aceita risco e seu horizonte de tempo é longo, bem longo, pense na possibilidade de investir em ações.

Em um cenário de juros cada vez menores, empresas que tradicionalmente pagam bons dividendos são percebidas como alternativas de investimento por investidores que buscam um fluxo de renda complementar no médio e longo prazos.

A rentabilidade tende a ser superior à taxa de juros de mercado no longo prazo. Mas é preciso muita tranquilidade para atravessar períodos de maré baixa e muita instabilidade, como o atual, e acreditar que o futuro é promissor e proporcionará remuneração que recompense o risco que você correu.

MARCIA DESSEN, certified financial planner, é sócia e diretora-executiva do BMI Brazilian Management Institute, professora convidada da Fundação Dom Cabral e cofundadora do Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros.

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