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Aplicativos substituem cardápios de papel, mas sofrem resistência

Programas permitem que cliente faça pedido por celular ou tablet, em vez de chamar garçom

Criadores dizem ser difícil convencer donos de restaurantes, que temem que sistema não seja confiável

FILIPE OLIVEIRA DE SÃO PAULO

No bar Adventure, em São Paulo, a maioria dos clientes não pede a comida ao garçom. Eles pegam o celular, abrem o cardápio em um aplicativo e fazem o pedido.

Segundo o proprietário do estabelecimento, Messias Oliveira, 46, 80% dos clientes usam o app, chamado Tabber, que precisa ser baixado pelo consumidor.

Outros tipos de sistemas como esse estão sendo lançados por start-ups (empresas iniciantes de tecnologia). A promessa é facilitar a vida de turistas, agilizar o atendimento e reduzir custos com impressão.

O MyChoice, por exemplo, oferece menus virtuais em diferentes idiomas cobrando cerca de R$ 250 cada um.

"É comum o estrangeiro passar por frustração e constrangimento. Tem de fazer mímica, gesticular, ouvir conselho de um colega que diz para ele comer algo que ele não queria", afirma João Felippe Barbosa, 43, sócio da companhia.

As formas de usar os cardápios digitais e os planos para contratação são variados (veja ao lado). Pode-se alugar tablets com programas instalados, colocar QR Codes no restaurante (espécie de código de barras que pode ser lido pela câmera do celular) e dar acesso ao conteúdo.

O desafio para que a tendência se fortaleça, segundo criadores de apps, é convencer donos de restaurantes de que a tecnologia é confiável.

"Existe uma resistência dos restaurantes a instalar os cardápios. O problema não é o preço, mas, sim, o medo de não dar certo e ele perder clientes", diz Marco Abrahão, 31, sócio da Orange Trade, responsável pelo sistema eMenu. Ele conta que, até agora, 19 estabelecimentos usam a ferramenta.

Lançada em 2009, o mais antigo desses aplicativos, chamado Sophia, é usada em cerca de cem restaurantes. Um de seus criadores, Rodrigo Vieira, 35, afirma que foram necessários seis meses até que o primeiro cliente fosse conquistado.

Uma alternativa para tentar acelerar o crescimento é oferecer planos sem custo para as casas.

O Tabber, que está em fase de testes e será lançado oficialmente em maio, fatura cobrando uma taxa de conveniência do consumidor, conta Ricardo da Ros, 38, sócio da empresa.

Já o Tap2Ask, também em fase inicial, oferece plano gratuito para menu com até 50 itens e 500 pedidos.

GARÇOM

Essa tecnologia não é para todo tipo de restaurante e nem sempre substitui a relação entre cliente e garçom, segundo o professor do curso de gastronomia do Senac, Marcelo Traldi.

"Em um restaurante em que se senta para beber um bom vinho e comer um prato sofisticado, esse tipo de tecnologia esbarra em um elemento conceitual. As pessoas querem folhear um cardápio e ter com quem interagir", afirma o professor.

Segundo ele, as ferramentas podem ser adequadas para lugares frequentados por jovens ou que invistam na modernidade como algo importante para a marca.

Já Percival Maricato, diretor da Abrasel-SP (associação de bares e restaurantes), diz acreditar que a moda deve "pegar" no futuro. "A tendência é que os novos donos de restaurantes troquem o cardápio e o papel fique como uma lembrança."

Marcos Varella, 50, dono do restaurante Nasai, decidiu unir relacionamento e tecnologia. Na unidade de Alphaville, em São Paulo, o garçom entrega um tablet para cada pessoa escolher o prato principal e, a seguir, deixa apenas um aparelho na mesa para demais pedidos.

Ele conta que, com a novidade, obteve um aumento de 25% no faturamento três meses após comprar 15 tablets.


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