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Nem brinquedo animará Natal dos EUA

Falta de produto de sucesso faz varejo reduzir estoques da mercadoria; demanda por clássicos segue em alta

Após encalhe em 2010, lojas estão mais conservadoras; em pesquisa, pais apontam falta de novidades

STEPHANIE CLIFFORD
DO “NEW YORK TIMES”

Às vésperas do Natal, o setor de brinquedos nos Estados Unidos não tem um produto de grande sucesso -o que complica a formação de estoques do varejo.

"Não vemos as pessoas brigando por um certo item", disse Stephanie Lucy, vice-presidente da rede Target.

A temporada sem brinquedos de grande sucesso levou o varejo a reduzir seus estoques e a optar por produtos clássicos. Possivelmente vai reduzir os descontos que oferece nos dias antes do Natal.

O tablet infantil LeapFrog LeapPad Explorer, as pistas Hot Wheels Wall Tracks, as bonecas Lalaoopsy Silly Hair e alguns conjuntos de Lego estão esgotados ou são difíceis de encontrar. Isso, porém, é mais resultado da demanda consistente do que de compradores frenéticos.

Mais de um terço dos pais pesquisados pelo UBS e pelo America's Research Group dizem que é difícil encontrar brinquedos para crianças por conta da falta de novidades.

ESTOQUES MODESTOS

Parte da calmaria está relacionada ao conservadorismo de redes como o Walmart, que fizeram grandes estoques em 2010 e depois recorreram a liquidações em janeiro.

Para evitar isso, o varejo cortou seu investimento em brinquedos. As importações em agosto e setembro caíram 9,8% ante as do mesmo período em 2010, segundo a empresa de pesquisas Panjiva.

A boa notícia é que a oferta menor está levando a esgotamento prematuro de estoques e, em certos casos, a preços mais altos.

Segundo Gerrick Johnson, analista da BMO Capital Markets, em dezembro, o Walmart tinha os 12 brinquedos mais populares em estoque por menos de 40% do tempo, enquanto a Target os tinha nas prateleiras por cerca de 50% do tempo e a Toys "R" Us por 60% do tempo.

PREÇOS MAIS ALTOS

Com níveis de estoque tão baixos, disse Johnson, "à medida que as festas se aproximam, veremos menos descontos nos preços".

Tara Raddohl, porta-voz do Walmart, afirmou que as lojas prestam "muita atenção aos outros grupos de varejo e ajustamos nossos preços de maneira pró-ativa". No entanto, a inflação na ponta da produção levou a "alguns aumentos de preços", disse.

Mesmo sem cortes gigantescos de preços, as vendas de brinquedo do Walmart roubaram compradores da Target e outras lojas devido à oferta de outro sinal da era econômica difícil: a compra em prestações.

Em outubro, o Walmart voltou a oferecer produtos a prestações, uma prática que havia abandonado em 2006, alegando orçamento apertado de seus compradores.

O programa se provou mais popular do que o esperado, especialmente para a venda de brinquedos.

A Target reconheceu que suas vendas de brinquedos haviam sofrido especialmente com o programa de venda a prestações da concorrente.

Ainda que alguns produtos estejam esgotados e outros tenham preços em alta, Johnson, da BMO, diz que o Natal parado está em linha com a previsão do mercado.

"Mesmo que os consumidores vão às lojas dispostos a gastar, não haverá novas oportunidades de vender mais, porque fabricantes e redes de varejo foram cautelosos ao formar estoques de brinquedos", disse.

Tradução de PAULO MIGLIACCI

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