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Serviços têm maior alta em 2 anos e também pressionam a inflação

Preços sobem 9,01% em 12 meses, ante avanço de 6,15% do IPCA

PEDRO SOARES DO RIO

Além do choque dos alimentos que levou o IPCA de março ao maior patamar para o mês em 11 anos, uma preocupação ronda governo e economistas e complica ainda mais o cenário de inflação neste ano: a alta dos serviços.

Os serviços bateram em 9,01% em 12 meses encerrados em março, a maior taxa desde o fim de 2011 e acima do IPCA (índice oficial de inflação) para o período: 6,15%.

E especialistas esperam para o fim do ano uma taxa em torno de 8,5%.

E, diferentemente dos alimentos, não há previsão de uma desaceleração dos preços de itens como passagens áreas (uma fonte de pressão é a Copa), empregado doméstico, aluguéis, mão de obra para reparos, hotéis e médicos --serviços que estão entre os que subiram mais nos últimos 12 meses.

Para os alimentos (alta de 7,14% em 12 meses), é esperada uma freada em maio e até uma queda em junho.

"Isso não vai ocorrer com os serviços. Quando os preços sobem, custam muito a cair. É um processo que pode levar anos porque não há concorrência [com importados, por exemplo] e a mão de obra, um custo importante do setor, só sobe", diz Elson Teles, economista do Itaú.

Entre os 37 itens de serviços, apenas 2 (motel e seguro de veículos) registram queda nos preços em 12 meses.

Há três anos, os serviços, que representam um terço do consumo das famílias, superam a inflação e sobem acima de 8%.

Os motivos principais, diz Teles, são mercado de trabalho aquecido, renda em alta (que turbinam o consumo) e reajuste do mínimo --este último com impacto no custo dos prestadores de serviço.

Priscilla Burity, economista do Brasil Plural, afirma que a alta dos serviços é "preocupante" e "complica ainda mais o cenário de inflação deste ano".

Analistas já enxergam risco de o teto da meta da inflação de 6,5% não ser cumprido. Após a alta do IPCA do mês passado (0,92%), as estimativa foram corrigidas para cima --entre 6,2% e 6,5%.

MONITORADOS

Outra fonte de temor são os preços controlados e monitorados pelo governo, que não vão ajudar tanto a segurar a inflação como em 2013, quando subiram só 1,5%.

Isso apesar de o governo deixar para 2015 boa parte do repasse para as tarifas do custo extra da energia devido ao uso de termelétricas.

O reajuste concedido à Cemig (14,24%) surpreendeu e especialistas passaram a considerar uma alta da ordem 10% na energia neste ano.

Se for confirmada a alta e o governo não intervier no reajuste de outras distribuidoras, o conjunto dos preços monitorados deverá subir entre 4,5% e 5% neste ano --abaixo da inflação, mas sem contribuir tanto para contê-la como em 2013.


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