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PF indicia Chevron por vazamento de óleo Transocean e 17 executivos das duas empresas também são alvo de relatório, que vê 'prática temerária' e dano ambiental Acidente ocorreu em novembro, na bacia de Campos, e até 3.000 barris vazaram, segundo o documento MARCO ANTÔNIO MARTINSDO RIO A Polícia Federal indiciou a Chevron e a Transocean e mais 17 executivos das duas empresas pelo vazamento de óleo no campo de Frade, bacia de Campos, em novembro. Entre os indiciados está o presidente da Chevron no Brasil, George Buck. Em seu relatório, encaminhado ao Ministério Público Federal, o delegado Fábio Scliar, da Delegacia de Meio Ambiente e Patrimônio Histórico (Delemaph), da PF, no Rio, afirma que as empresas usaram "práticas temerárias" e causaram danos ambientais, além de sonegar informações aos investigadores e entregar documentos falsos à polícia. "Tenho total convicção de que a política institucional da empresa é temerária e leviana na perfuração de poços de petróleo no Brasil. Por isso, a responsabilização dos executivos", disse Scliar à Folha. A Chevron disse que a decisão "não tem mérito". A Transocean informou que vai avaliar o relatório. A primeira tem a concessão de exploração do campo; a segunda operava a sonda que perfurava o poço que vazou. Segundo o delegado Fabio Scliar, houve problemas na técnica utilizada na perfuração no campo de Frade. No caso que originou o vazamento, por exemplo, as empresas utilizaram, na retirada do petróleo, pressão maior do que as rochas suportavam. O delegado informou ainda haver estudo de impacto ambiental feito pela própria Chevron em que a empresa previa que um vazamento de óleo no campo causaria danos à flora e à fauna. "No estudo, a própria Chevron relata que um vazamento iria interferir na cadeia alimentar de peixes maiores e, consequentemente, até câncer em seres humanos." Laudos do Ibama e do oceanógrafo David Zee, anexados ao inquérito, são usados para comprovar que o vazamento causou danos. Segundo o relatório, até ontem teriam vazado de 2.500 a 3.000 barris de óleo cru. O VAZAMENTO O acidente da Chevron ocorreu em 7 de novembro, após a empresa usar densidade de lama e pressão maiores que o adequado para tentar conter a invasão do óleo no poço. Isso provocou a ruptura de rochas e liberou o óleo para a superfície, admitiu a própria companhia na época, após ter afirmado que o problema havia ocorrido por uma falha na geologia local. A empresa demorou a avisar a ANP (Agência Nacional do Petróleo) sobre o acidente, alertada em primeiro momento pela Petrobras, que opera uma plataforma perto de Frade. A Chevron foi multada pelo Ibama em R$ 50 milhões. A ANP ainda não definiu a multa que será aplicada. No momento, a Chevron coloca o terceiro tampão de cimento para vedar o poço. Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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