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Onda de start-ups que brotam da empresa-mãe já atinge o Brasil

Funcionários-empreendedores saem para abrir negócio próprio

FILIPE OLIVEIRA DE SÃO PAULO

À medida que crescem, companhias que até pouco tempo poderiam ser chamadas de start-ups (empresas iniciantes de base tecnológica) veem seus funcionários irem embora para abrir o próprio negócio.

Profissionais que saíram do Peixe Urbano, por exemplo, deram origem a pelo menos 17 empresas, segundo levantamento da própria companhia, criada em 2009. Ao menos cinco negócios têm sócios que saíram do Groupon.

Trata-se de versões bem menores do grupo conhecido nos Estados Unidos como a "máfia do PayPal". Quando a companhia de meios de pagamento foi vendida ao eBay por US$ 1,5 bilhão em 2002, alguns fundadores e funcionários ficaram milionários e se tornaram investidores importantes, como Peter Thiel, um dos primeiros a apostar no Facebook.

Outros ex-funcionários da companhia deram origem a empresas como o YouTube.

Eduardo Wexler, 40, que trabalhou no Peixe Urbano e hoje é sócio da Loggi, que permite chamar motoboys por aplicativo de celular, diz que a vivência no ambiente digital o levou a empreender:

"Quando você trabalha em uma start-up, aprende sobre investimentos, vê a corrida para usar bem o dinheiro que tem e para bater metas. Isso dá vontade de botar ideias próprias em movimento."

Sabrina Gallier, 33, ex-gerente de marketing da companhia, diz que deixou o emprego para abrir o próprio negócio pela vontade de voltar a trabalhar em ambiente com menos funcionários, hierarquias e burocracia.

Ela, que hoje é sócia do Nibo, um software virtual de gestão, diz que o contato com os colegas do emprego anterior a ajuda nos negócios. É comum que eles testem produtos uns dos outros, indiquem profissionais ou troquem serviços.

FICA COMIGO

O Buscapé, fundado em 1999, tenta conter a sede empreendedora dos funcionários estimulando-os a transformar a ideia de negócio em um braço da própria companhia. O grupo tem hoje mais de 30 empreendedores mantidos internamente.

Sandoval Martins, diretor financeiro do Buscapé, explica que novos negócios podem começar por meio de incentivos formais, como em concursos internos, ou de projetos que surgem no dia a dia. A condição é oferecerem algo que possa ser aproveitado pela companhia, que, em geral, vira sócia minoritária.

Frederico Alves, sócio da Fisgo, já teve uma empresa sua comprada pelo Buscapé, o Bondfaro, e trabalhou por um tempo no grupo.

Quando iniciou o projeto atual, uma plataforma de busca de imóveis e carros, foi incentivado a ficar, mas decidiu sair. "Um dos sócios falou: Você ficou maluco, está na maior empresa de comparação de preços e vai começar do zero?' Eu no lugar deles faria a mesma coisa."


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