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China vence e será sede do banco dos Brics

Instituição, que vai financiar infraestrutura, deve começar a operar em 2016, com capital inicial de US$ 50 bi

África do Sul, Rússia e Índia também pretendiam sediar órgão; Brasil havia retirado candidatura

MARCELO NINIO DE PEQUIM

O futuro banco de desenvolvimento dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) terá sua sede em Xangai, maior centro financeiro da China continental.

A confirmação só será anunciada na cúpula de líderes do grupo, que ocorrerá em julho, em Fortaleza.

Em conversas com a Folha, entretanto, fontes diplomáticas próximas das negociações deram como certa a escolha da cidade chinesa.

"É inevitável", afirmou um dos diplomatas, reconhecendo que o interesse de outros países foi suplantado pela vontade da China.

Rússia, Índia e África do Sul também haviam se candidatado. Até poucos meses atrás o Brasil ainda considerava Rio e São Paulo como opções, mas acabou desistindo.

Por outro lado, a China deve ser contrariada em seu desejo de botar mais dinheiro que os outros países --e assim ter poder de decisão majoritário na instituição, que terá capital inicial de US$ 50 bilhões.

A previsão dos membros é que o banco poderá entrar em operação em 2016.

A instituição é projetada como alternativa ao Banco Mundial e ao FMI (Fundo Monetário Internacional), órgãos que os países do Brics criticam por ser dominado pelas potências ocidentais.

O objetivo é financiar obras de infraestrutura e desenvolvimento sustentável dos membros. Ainda não foi definido se o novo banco também concederá empréstimos a outros países em desenvolvimento.

"A chegada do banco dos Brics marcará uma mudança significativa na arquitetura do financiamento internacional de desenvolvimento", estimou em artigo publicado pelo "Financial Times" na semana passada a economista Stephany Griffith-Jones, da Universidade Columbia.

Os termos do acordo que cria o banco estão praticamente definidos e preveem que cada país ponha a mesma quantia, US$ 10 bilhões, como defendia o Brasil.

A Índia, cujo novo governo reiterou o desejo de sediar o banco, deverá abrigar um escritório regional do Brics.

No fim de abril, durante a visita de seu homólogo chinês ao Brasil, o ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, confirmou que a criação do banco deve ser anunciada formalmente na cúpula de Fortaleza.

FUNDO DE RESERVAS

Além do banco, os Brics também deverão formalizar em Fortaleza a criação de um fundo de reservas de US$ 100 bilhões, que poderá ser usado pelos países do grupo em um possível cenário econômico adverso. O Arranjo Contingente de Reservas (CRA, na sigla em inglês) terá US$ 41 bilhões da China. Brasil, Rússia e Índia entrarão com US$ 18 bilhões cada e a África do Sul com US$ 5 bilhões.

O encontro, que inicialmente seria entre 15 e 17 de julho, provavelmente será limitado ao dia 15, para acomodar uma reunião Brics-Unasul (União das Nações Sul-Americanas), no dia 16.

A presidente Dilma Rousseff convidou os cinco líderes dos Brics a assistirem a final da Copa, no Maracanã. Por ora, só os presidentes Vladimir Putin, da Rússia, e Jacob Zuma, da África do Sul, confirmaram presença.

Após a cúpula dos Brics o líder da China, Xi Jinping, ficará mais dois dias no Brasil para uma visita de Estado.


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