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Microfranquias faturam R$ 4 bilhões

Receita cresce 20% em 2011; investidor, que fazia bicos, busca marca e profissionalização, mirando cliente de alta renda

Prestadores de pequenos reparos, jardinagem e tratamento estético padronizam serviços, mas cobram mais caro por eles

Gabo Morales/Folhapress
Ademir Vieira da Silva, franqueado da Doutor Faz Tudo, de pequenos reparos, que tem seguro contra acidentes com móveis de seus clientes
Ademir Vieira da Silva, franqueado da Doutor Faz Tudo, de pequenos reparos, que tem seguro contra acidentes com móveis de seus clientes

CAROLINA MATOS
DE SÃO PAULO

Serviço de pedreiro com seguro para o caso de acidentes com a mobília do cliente; jardinagem com fotos para registrar as plantas antes e depois do acompanhamento; depilação em domicílio à meia-noite de domingo.

Para ganhar mercado, as chamadas microfranquias, com investimento inicial de até R$ 50 mil, investem em diferenciação do atendimento.

Já são 260 redes com 15 mil unidades. O segmento tem crescido no Brasil em um ritmo maior que o de franquias em geral. Em 2011, as microfranquias faturaram cerca de R$ 4 bilhões, 20% mais que em 2010, enquanto as tradicionais, que exigem investimento maior, tiveram aumento aproximado de 15% da receita, de acordo com a ABF (Associação Brasileira de Franchising).

"Os investidores são emergentes da classe C ou profissionais liberais que querem virar empresários", diz Ricardo Camargo, diretor-executivo da ABF.

Regina Célia Tavares Baleixe, proprietária de uma franquia Home Depil, que só atende em domicílio, abriu mão da carreira de executiva de multinacional para se dedicar ao novo negócio -de fotodepilação, que usa luz pulsada para remover os pelos- desde julho deste ano.

CONCORRÊNCIA

"O mercado de estética é competitivo. Temos que ser flexíveis para suprir as necessidades dos clientes. Atendemos em qualquer horário, até domingo à meia-noite", diz.

Baleixe investiu R$ 40 mil, o dobro do mínimo exigido, para ter estoque de material e uma campanha de marketing forte. O faturamento mensal está em torno de R$ 6.500, mas a empresária confia em que, em um ano, a cifra chegue a R$ 60 mil ao mês.

"Meu foco são clientes da classe AB; pretendo pagar meu investimento inicial em sete meses," afirma.

A franquia de pequenos reparos domésticos de Ademir Vieira da Silva, a Doutor Faz Tudo, também é direcionada ao público de alta renda.

O seguro para o caso de acidentes com a mobília dos clientes e a garantia de 90 dias para serviços como a troca da resistência de um chuveiro fazem parte do negócio.

Além disso, os profissionais passam por treinamento, andam uniformizados e identificados e se comprometem a cumprir horário.

BICO

"Se houver problema, a loja tem endereço e telefone para o cliente reclamar. É diferente de quando se contrata um 'bico' para o serviço", diz Silva, que investiu R$ 20 mil na franquia -o mínimo exigido- mais R$ 27 mil em um carro para agilizar o atendimento e ter secretária.

Mas o preço que o cliente paga pelo serviço de uma microfranquia, de acordo com os próprios empresários, é bem mais alto que o cobrado por profissionais independentes.

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