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BB lança títulos para crédito habitacional

Banco do Brasil reconhece que poupança não será suficiente para financiar casa própria e emitirá títulos em 2012

Nos últimos dois anos, o ritmo de crescimento do crédito habitacional foi de cerca de 50%; estatal tem R$ 5 bi para a área

SHEILA D’AMORIM
DE BRASÍLIA

A caderneta de poupança, maior fonte de recursos do financiamento habitacional dos bancos, não é suficiente para suportar o crescimento do mercado imobiliário em 2012, segundo o vice-presidente de Finanças do Banco do Brasil, Ivan Monteiro.

O banco estatal, que começou a operar nesse mercado há três anos, deverá lançar títulos no início de 2012 para aumentar a quantidade de dinheiro disponível para o segmento. Os empréstimos para a casa própria são a grande aposta do governo para manter acelerada a concessão de crédito no ano que vem.

Eles deverão dar suporte ao desenvolvimento de um setor importante para o crescimento da economia: a construção civil, grande empregador de mão de obra. Nos últimos dois anos, o ritmo de crescimento do crédito habitacional foi de cerca de 50%.

A situação do BB não é das piores, de acordo com o vice-presidente de Negócios de Varejo, Paulo Caffarelli. Segundo ele, a margem nas grandes instituições desse mercado é ainda mais apertada.

"Em muitos bancos o saldo de empréstimos habitacionais já está está empatando com a captação da poupança. Não há muito mais margem [para crescer]", disse.

Caffarelli argumenta que não há no mercado banco que tenha recursos próprios em volume e a um custo baixo o suficiente para suprir a falta da poupança. Por isso, alternativas são discutidas.

As propostas apresentadas ao Ministério da Fazenda e ao Banco Central por entidades que representam o setor vão de liberação de dinheiro que hoje é retido pelo BC (compulsórios) a aumento da parcela de recursos do FGTS aplicada no setor.

"Não há como fugir desse debate ao longo de 2012. Será preciso encontrar alternativas à poupança [como fonte de financiamento para habitação]", disse Caffarelli. Segundo ele, o BB não vai parar de operar no ano que vem, mas o problema "está na mesa" de debate.

Nos cálculos de Caffarelli, a instituição tem cerca de R$ 5 bilhões para operar nessa área, sem contar com recursos da Nossa Caixa e do Besc, bancos adquiridos pelo BB.

Um estímulo no horizonte é a queda dos juros. Quanto menor a taxa Selic, mais atraente se torna a aplicação de dinheiro na caderneta de poupança, que tem uma rentabilidade baixa, mas conta com o benefício de não pagar Imposto de Renda.

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