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Vaivém das Commodities

MAURO ZAFALON mauro.zafalon@uol.com.br

Brasil perde espaço no comércio com Brics e quer elevar venda de carnes

Os brasileiros exportaram US$ 28 bilhões no primeiro semestre aos países que compõem os Brics, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. As importações, em igual período, somaram US$ 23,5 bilhões.

O dado parece ser vantajoso para a balança comercial. Mas a evolução desses números nos últimos cinco anos mostra que o Brasil vem exportando menos e importando mais desses países em termos percentuais.

A China, um caso conhecido de maior presença na balança brasileira, importou 111% mais do Brasil nos últimos cinco anos, tomando como base o primeiro semestre. Mas vendeu 171% mais.

Outros exemplos são a Rússia e a Índia. No primeiro caso, enquanto as exportações brasileiras cresceram 18%, as importações aumentaram 238%. Já no caso da Índia a evolução das exportações brasileiras foi de 102%, e a das importações, 281%.

As compras se concentram em produtos industrializados. Entre os líderes, estão máquinas, instrumentos mecânicos, combustíveis, produtos químicos e adubos. Só esses setores representaram 60% das compras do Brasil feitas nesses países.

As exportações brasileiras deste ano são dominadas por commodities. Só a soja e o minério de ferro representam 69% das vendas para esses países. Mas o Brasil busca colocar outros produtos nesses mercados.

O setor de carnes quer que o governo brasileiro aproveite a cúpula dos Brics, na próxima semana, para negociar melhores condições para suas exportações.

A maior expectativa é quanto ao fim do embargo da China às importações de carne bovina, imposto pelo país asiático em 2012.

Para Antonio Camardelli, presidente da Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne), as questões técnicas para a retomada do mercado foram resolvidas após a visita de uma missão chinesa aos frigoríficos brasileiros.

"A expectativa é que a cúpula venha formalizar o retorno do mercado", disse.

Já os exportadores de carne suína e de frango querem que os chineses acelerem o processo de habilitação de unidades aptas a exportar ao país asiático.

Segundo Ricardo Santin, diretor de mercados da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), a entidade tenta marcar a visita de uma missão chinesa para visitar as fábricas há pelo menos dois anos. Há oito unidades pré-habilitadas à espera do aval das autoridades chinesas.

No caso da Índia, a reclamação refere-se às tarifas de 35% sobre as importações de frango inteiro e de 100% para cortes e processados de frango. "Essas tarifas são impeditivas e deveriam ser reduzidas para uma real abertura de mercado", diz Santin.

As tarifas também são a principal reclamação contra a África do Sul, que aumentou de 27% para 82% a tarifa sobre as exportações de frango inteiro no último ano.

Já em relação à Rússia, que frequentemente impõe restrições às importações de carne brasileira, os exportadores pedem maior autonomia às autoridades brasileiras nas indicações de unidades industriais que possam exportar ao país.


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