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Emprego na indústria registra a 32ª queda consecutiva em maio

Demissões desde janeiro deste ano aconteceram de modo disseminado entre regiões e setores

São Paulo e Rio Grande do Sul tiveram maior recuo; segmentos com incentivo do governo também cortaram

PEDRO SOARES DO RIO

O emprego na indústria caiu de modo disseminado neste ano entre regiões e setores e registrou, em maio, o maior tombo desde novembro de 2009.

A queda de 2,6% ante maio de 2013 é ainda a 32ª retração mensal consecutiva. Na comparação com abril, houve recuo de 0,7%. De janeiro a maio, a perda chega a 2,2%, segundo o IBGE.

Para André Macedo, do IBGE, os indicadores mostram uma "queda generalizada do emprego na indústria" e replica o recuo da produção, que sofre com juros maiores, concorrência de importados, consumo mais fraco e secura do crédito.

O fechamento de vagas, que se intensificou em maio, atingiu 14 dos 18 setores e 10 das 12 regiões pesquisadas. O Estado de São Paulo, maior parque industrial do país, lidera a queda, ao lado do Rio Grande do Sul.

São Paulo, com 35% do emprego industrial no país, teve recuo de 3,3% nas vagas de janeiro a maio.

Rio Grande do Sul (-4%) e Paraná (-3,2%) sentem o impacto da forte estiagem até abril, com repercussão na indústria de alimentos, máquinas agrícolas e outras.

"A seca tem peso, mas há um cenário de desaceleração como um todo da indústria, que atinge Estados mais industrializados", diz Macedo.

Os três Estados são polos da indústria automotiva, que vive um período de crise.

O Rio Grande do Sul também fechou vagas na indústria calçadista.

SETORES

Mesmo setores apoiados pelo governo com a desoneração da folha de pagamento, IPI reduzido ou linhas especiais de crédito do BNDES demitiram.

Apesar da prorrogação do IPI reduzido e do financiamento subsidiado do BNDES à compra de caminhões, o ramo de meios de transporte (veículos é o setor de maior peso nessa categoria) registra perda de 4,6% no ano.

Na lista, estão ainda calçados e couro, têxtil, vestuário --ramos intensivos em mão de obra.

Outro exemplo é a indústria de máquinas e equipamentos (queda de 4,9% de janeiro a maio). O setor, que dá o tom dos investimentos na economia e responde ao pessimismo de empresários, não deslanchou nem com o crédito facilitado do BNDES.

Outro ramo que fechou vagas no ano foi o de eletroeletrônicos e equipamentos de comunicação, apesar da "ajuda" da Copa nas vendas de televisores.

Para Márcio Salvato, do Ibmec, as políticas de estímulo do governo "não têm surtido efeito" nem no emprego nem na produção. "O governo toma apenas medidas paliativas de efeito só no curtíssimo prazo. A indústria precisa de uma reforma estruturante para reduzir custo de mão de obra e tributação."


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