Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mercado

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Argentina pode se reunir com "abutres"

Encontro com ministro da Economia seria na próxima semana; diálogo com mediador em Nova York não avança

Reunião, aventada pela mídia argentina, poderia reencaminhar negociação após atrito entre as duas partes

FELIPE GUTIERREZ DE BUENOS AIRES ISABEL FLECK DE NOVA YORK

O primeiro encontro entre o ministro da Economia da Argentina, Axel Kicillof, e representantes dos fundos de investimento que se recusaram a participar da reestruturação da dívida do país pode ocorrer na próxima semana, afirma a mídia argentina.

Nesta sexta (11), houve uma reunião --a primeira-- entre técnicos do Ministério da Economia argentina e o mediador que a Justiça dos EUA incumbiu de buscar uma solução para o impasse, Daniel Pollack, em Nova York.

Mas nenhum acordo foi fechado, segundo Pollack, e os encontros devem prosseguir até o fim do mês, quando expira a carência para que a Argentina pague sua dívida sem configurar um calote oficial.

Nas conversas, que duraram cerca de cinco horas, as duas partes, acompanhadas de advogados, não tiveram contato direto, sendo intermediadas por Pollack em seu escritório, na Park Avenue.

"Cada um deles apresentou sua posição a mim, mas não na presença do outro. Nenhum acordo foi alcançado", disse Pollack em nota. "Minha esperança é que haja um diálogo futuro."

Em 2001, a Argentina deu um calote. Em 2005 e em 2010, o país ofereceu a seus credores retomar os pagamentos da dívida, contanto que eles aceitassem conceder um desconto de 70%.

A imensa maioria aceitou e voltou a receber. Parte dos detentores de títulos da dívida que não aceitaram (os chamados "holdouts", com menos de 8% dos papéis) buscou a Justiça dos EUA.

Em junho, o fundo NML, com US$ 1,33 bilhão em títulos, conseguiu que a Suprema Corte ratificasse a decisão de uma instância inferior determinando que a Argentina não poderia pagar outros credores sem contemplá-lo.

As partes têm ainda 18 dias para chegar a um acordo e evitar o "default".

NOVO ENCONTRO

Se o encontro entre Kicillof e os fundos de fato ocorrer na próxima semana, será uma mudança na maneira como o governo trata a questão.

Na última terça, o ministro escreveu em carta aberta que "os fundos abutres" (que compram títulos de países e empresas à beira da quebra) nunca quiseram cumprir com os termos aceitos pela maioria dos credores. "Tratam de extorquir um país soberano."

O texto de Kicillof era uma resposta a uma coluna que Jay Newman, gerente do grupo Elliot, controlador do NML, publicara no jornal "Financial Times". No texto, Newman afirmava que os credores estariam dispostos a dar tempo ao país se o governo mostrasse que quer "cumprir suas obrigações legais".

Ontem, porém, o NML afirmou, por meio de um funcionário que pediu anonimato, que a Argentina "ainda se recusa a negociar com os seus credores" e não parece ter planos de mudar de direção.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página