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PIB per capita do país deve ficar estagnado neste ano

Na média dos anos do governo Dilma, crescimento anual deve ser de 0,8%

Indicador, soma de bens e serviços produzidos no país dividido pela população, é referência sobre produtividade

RAQUEL LANDIM DE SÃO PAULO

O PIB per capita, que é a soma de bens e serviços produzidos no país dividido pela população, deve ficar estagnado no Brasil este ano, projetam bancos e consultorias ouvidos pela Folha.

Depois de avançar, em média, 2,2% ao ano no primeiro mandato de Lula e 3,6% no segundo, o PIB per capita vai registrar um crescimento anual de apenas 0,8% no governo Dilma, conforme dados do IBGE compilados pela consultoria MB Associados.

Esse indicador é criticado por desconsiderar a desigualdade social, mas funciona como uma referência da produtividade da economia e ajuda a explicar o pessimismo que tomou conta do país, particularmente dos empresários.

A atividade mais fraca é o principal motivo para a desaceleração do PIB per capita, já que a população vem crescendo cerca de 1% ao ano.

Dilma deve fechar seu mandato com o pior ritmo de crescimento da economia desde Fernando Collor.

A maior parte da conta da desaceleração do PIB per capita está sendo paga pelas empresas, cujos lucros estão em queda. A renda do trabalhador também cresce mais devagar, mas acima do ritmo do PIB per capita graças aos reajustes do salário mínimo.

PRODUTIVIDADE

Para Marcos Lisboa, vice-presidente do Insper e ex-secretário de política econômica do governo Lula, o Brasil está estagnado porque a produtividade da economia parou de crescer desde o ápice da crise global em 2008.

"A mudança da política econômica após a crise, com protecionismo e intervenções, prejudicaram os ganhos de produtividade que vinham sustentando o crescimento do país", diz Lisboa.

De acordo com Bráulio Borges, economista-chefe da LCA, o enfraquecimento da economia é resultado de fatores domésticos, como o alto endividamento das famílias, e também do cenário externo. Ele pondera que o PIB per capita brasileiro vem num ritmo parecido com o global.

No curto prazo, no entanto, a performance brasileira é pior do que a dos vizinhos da América Latina e dos demais emergentes. Depois de um segundo trimestre fraco por causa dos feriados da Copa, as previsões de crescimento da economia em 2014 estão próximas de 1%.

A visão do governo Dilma é que os empresários estão pessimistas por causa da eleições, o que seria inclusive uma maneira de prejudicar a candidatura da presidente. Passada a incerteza, a economia se recuperaria.

"O pessimismo é consequência, e não causa da desaceleração", discorda Maurício Molan, economista-chefe do Santander. Na sua opinião, as políticas de incentivo à demanda do governo não conseguem incentivar a produção, mas apenas gerar mais inflação e aumentar as importações.


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