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Foco

Grupo de apoio tenta reduzir dores de crescimento de empresas médias

Fundador transformou uma pequena produtora de ração em marca de US$ 2,3 bilhões

DO "NEW YORK TIMES"

"Eles só vêm aqui se estiverem sofrendoClay Mathilecriador e mantenedor da AileronNão vai rolarresposta do grupo de apoio a um proprietário que procura empregados com a mesma dedicação à empresa que ele mesmo tem

Um por um, 20 proprietários de empresas se apresentaram e falaram de suas dificuldades. O encontro não demorou a ficar parecido com o dos Alcoólicos Anônimos.

Seu objetivo, porém, é ajudar empresas a descobrir qual deve ser seu próximo passo.

Um empresário conta que herdou a fábrica do pai e do tio, mas demorou tanto a afirmar sua autoridade que a companhia ficou à deriva pelos últimos dois anos.

O proprietário de uma operação de turismo conta que tenta desesperadamente encontrar funcionários que abordem suas funções na companhia com a mesma paixão que ele. "Não vai rolar", foi a resposta, em um coral que se espalhou pela sala.

O programa, um seminário de dois dias realizado em um edifício isolado nos arredores de Dayton (Ohio, EUA), é oferecido pela organização sem fins lucrativos Aileron.

O nome se refere à porção mecânica da asa de um avião que ajuda a controlar sua direção e estabilidade.

Inicialmente, a Aileron --"servindo a proprietários de empresas desde 1996"-- tinha por objetivo ajudar companhias na região de Dayton.

A despeito de não fazer publicidade, acabou atraindo empresários de todos os EUA, e até mesmo de outros países.

"Eles só vêm aqui se estiverem sofrendo", diz Clay Mathile, fundador da Aileron e ele mesmo um proprietário que enfrentou problemas.

No começo dos anos 1970, Mathile assumiu o comando de uma produtora de rações para animais domésticos.

A empresa faturava menos de US$ 1 milhão ao ano e tentava vender comida que os cachorros não queriam comer em embalagens que as pessoas não queriam comprar --"precisei de cinco anos para compreender o fato e de mais cinco para corrigi-lo".

A ração viria a produzir faturamento anual de mais de US$ 1 bilhão, depois que Mathile sobreviveu aos seus dez anos de aprendizado. Em 1999, ele vendeu sua empresa, a Iams, à Procter & Gamble por US$ 2,3 bilhões.

Até o momento, Mathile dedicou US$ 150 milhões à Aileron, cujo objetivo é ajudar proprietários a encurtar seu período de aprendizado.

O curso para presidentes de empresas é o principal evento da Aileron e acontece uma vez por mês, adotando uma abordagem socrática --em que as soluções são formuladas pelos próprios participantes, guiados por perguntas sobre seus problemas.

O alvo são os dirigentes de empresas com faturamento anual de entre US$ 1 milhão e US$ 30 milhões, e o seminário custa US$ 1.800.

"Acreditamos que as pessoas devam pagar um pouco pelo evento, mas desejamos garantir que seja acessível", diz Mathile, que em companhia da mulher, MaryAnn, também doa dinheiro a organizações de apoio a mães solteiras e de promoção de uma nutrição (humana) melhor em todo o planeta.

Quando a sessão de março estava chegando ao fim, a dona de um escritório de design falou sobre o assunto que vinha lhe causando insônia: a maior parte de seu crescimento veio de um único cliente, que agora responde por mais de 60% de seu faturamento.

Ed Eppley, consultor de gestão que serve de facilitador para os convidados, sugeriu que, para fins práticos, era como se ela fosse empregada desse cliente.

Estimulado pela discussão, outro dono de um grupo de alimentação contou que havia perdido um cliente que atendia havia 16 anos, e com ele dois terços de seu faturamento. Diversas semanas depois, Eppley disse acreditar que a empresa sobreviveria. Mas acrescentou: "Se ele tivesse nos procurado quatro ou cinco anos atrás, teria muito mais opções agora".


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