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Argentina diz que poderá recorrer a Haia ou à ONU

País fala em acionar organismos para não pagar dívida que considera ilegítima

Em rede nacional, Cristina Kirchner diz que ceder a credores "abutres" é "genocídio" do povo argentino

FELIPE GUTIERREZ DE BUENOS AIRES

O governo argentino pode recorrer a instituições multilaterais para não ter que pagar a dívida que não reconhece como legítima --a dos credores que ficaram de fora das negociações de 2005 e 2010.

O chefe de Gabinete, Jorge Capitanich, citou o Tribunal de Haia e a Assembleia das Nações Unidas como possíveis foros para o recurso.

"Há necessidade de um debate na Assembleia da ONU, e eventualmente uma convenção, para regular a obrigatoriedade de acordos de maiorias sobre as minorias."

No fim do dia, a presidente Cristina Kirchner reforçou a ideia, dizendo que o país "vai usar todos os instrumentos legais, de direito nacional e internacional", para não ter que pagar mais aos fundos "abutres" do que desembolsa aos credores dos títulos negociados (que valem cerca de 30% do valor original).

Cristina disse que a posição argentina é apoiada por diversos países ou grupos, como o G77 mais China e o Mercosul.

Em rede nacional, a presidente leu um discurso de Néstor Kirchner, feito em 2004, em que o então presidente falava da necessidade de "o mundo colocar um freio nos fundos abutres' e nos bancos insaciáveis".

Repetindo o discurso de dez anos atrás, disse que pagar mais aos fundos "abutres", seria "um novo genocídio nas costas do povo argentino".

A presidente ficou em rede nacional por mais de duas horas. Depois de se pronunciar em um auditório, ela foi falar a militantes que se juntaram dentro de um pátio da Casa Rosada. A claque cantava jingles kirchneristas e a aplaudia. Nas ruas da cidade, no entanto, não houve nenhuma grande manifestação.

Além de se pronunciar sobre a crise da dívida, a presidente anunciou medidas econômicas, como o aumento do valor da aposentadoria, refinanciamento das dívidas dos Estados com o governo federal e a regulamentação do direito do consumidor no país.

Ela reafirmou, como membros do governo vêm dizendo, que, apesar de os credores não terem recebido o pagamento que venceu no dia 30 de julho, não houve calote, pois a Argentina depositou o dinheiro.

Em uma entrevista coletiva, o ministro Axel Kicillof leu um trecho do contrato de reforma dos títulos para reforçar essa ideia.

"Nenhum dos eventos de incumprimento aconteceu. Pelo contrário."

DINHEIRO NO LIMBO

O dinheiro, na atual situação, estaria em "um limbo", pois não está nem com o governo e nem com os credores.

"Dizer que há um calote é uma tontice atômica."

O ministro disse ainda que a possibilidade de que o dinheiro fosse embargado por credores que ficaram de fora da renegociação da dívida está prevista no contrato e que quem aceitou os termos estava ciente desse risco, que não é um calote, afirmou.

Tanto a presidente como os seus principais ministros criticaram o juiz Thomas Griesa e o mediador do impasse, Daniel Pollack --Capitanich o chamou de incompetente; Kicillof afirmou que "sua máscara caiu" depois do comunicado que ele divulgou após a frustração das negociações da quarta (30).

O ministro da Economia também disse que, nas reuniões com Griesa, o juiz perguntava a advogados do fundo NML o que deveria fazer.


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