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Faltam técnicos para telecomunicações Deficit de 15 mil profissionais afeta operadoras e fabricantes de equipamentos, já deficientes em engenheiros Depois de oito anos em queda, salários devem voltar a subir pela grande procura e pouca oferta de profissionais
DE SÃO PAULO Operadoras de telefonia e fabricantes de equipamentos de telecomunicação começam a enfrentar, além da escassez de engenheiros, falta de mão de obra técnica. São instaladores de cabos, operadores de redes e projetistas de infraestrutura que não são formados em volume suficiente. Estimativas apontam que o deficit será de 15,5 mil profissionais a partir deste ano, considerando operadoras de telefonia fixa e móvel, de infraestrutura de internet e fabricantes de equipamentos. O problema é considerado grave especialmente diante do aumento nos projetos de telefonia de quarta geração (4G) e de expansão das redes de banda larga previstos para o próximo ano. A falta de técnicos é superior à de engenheiros de telecomunicações, estimada em 10 mil profissionais. A Ericsson, que fabrica equipamentos para infraestrutura de telecomunicações, viu sua força aumentar 84% nos últimos 18 meses. Os 3.800 técnicos em instalação e integração de redes saltaram para mais de 7.000. Ainda assim, quase mil posições continuam em aberto. "Além de ser difícil encontrar profissionais qualificados, sentimos a alta rotatividade de quem já está na empresa", afirma Eduardo Ricotta, vice-presidente da Ericsson Brasil. A operadora GVT tem encontrado dificuldades para recrutar mão de obra principalmente no Nordeste, onde não há grande volume de técnicos qualificados, e também no Sul, onde os que existem já estão empregados. "Competimos com o setor da construção civil, que está aquecido em salários e também precisa de técnicos em cabos e instalação elétrica", diz Gustavo Gachineiro, vice-presidente de Recursos Humanos da GVT. A empresa deve precisar de pelo menos mais 1.600 técnicos em 2012, que deverão se somar a 4.000 deles empregados atualmente. FORMAÇÃO INSUFICIENTE A análise dos números dos principais centros de formação do país mostra que a oferta de profissionais técnicos em telecomunicações é pequena quando comparada às necessidades do setor. O Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) registra por ano 1 milhão de matrículas em 50 carreiras. No Estado de São Paulo, onde está a principal demanda por profissionais, entretanto, formam-se por ano apenas 1.000 técnicos em telecomunicações. Segundo estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), nos últimos 11 anos o salário da mão de obra básica em telecomunicações caiu 22%, chegando a R$ 2.500, em média. "Estamos num ponto de inflexão na remuneração do setor e a expectativa é que os salários voltem a subir", afirma Rodrigo Abdala, técnico de planejamento e pesquisa do Ipea. Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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