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Analistas duvidam de proposta de Mantega

Em entrevista à Folha, ministro da Fazenda disse que é possível trazer inflação gradualmente para 4,5% em 2018

Para economistas, declarações não ajudam a recuperar credibilidade do governo federal

ÉRICA FRAGA TONI SCIARRETTA DE SÃO PAULO

Economistas afirmam que a declaração do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de que é possível trazer a inflação, hoje em 6,5% ao ano, gradualmente para 4,5% em 2018 não contribui para a recuperação da credibilidade do governo.

A afirmação foi feita em entrevista à Folha, publicada neste domingo (17).

"Ele tenta resgatar a confiança. O problema é que vem dizendo o mesmo há quatro anos", diz Mônica de Bolle, sócia da Galanto Consultoria.

A opinião é compartilhada por Alexandre Schwartsman, colunista da Folha e professor do Insper. "Um ajuste gradual é possível, mas ouvimos a mesma história desde 2010, o que a torna menos crível."

Mantega disse inferir que a oposição, se eleita, pode optar por uma elevação brusca dos juros para reduzir a inflação, levando a economia a uma recessão. Ele mencionou que taxas muito altas foram praticadas no governo de Fernando Henrique Cardoso.

Segundo Armínio Fraga, coordenador do programa econômico do candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, Mantega acusa o partido rival de "coisas que ele imagina que nós faremos". "O contexto dos juros altos era outro, bem mais dramático. Em 1999, fez parte do processo de estabilização. Em 2002, da crise de confiança movida por medo do PT no poder, que levou o câmbio de R$ 2 a R$ 4 por dólar."

Armínio, que presidiu o Banco Central durante o segundo mandato de FHC, criticou Mantega por culpar a crise mundial pelos problemas econômicos do país e ressaltou que o resto da América do Sul tem crescido mais do que o Brasil. Para ele, o baixo crescimento e a inflação alta são resultado de medidas do governo atual, como o represamento de tarifas.

"Por isso, a Petrobras vem se endividando muito, o setor sucroalcooleiro definhando e as distribuidoras de energia acumulando enormes buracos de caixa", disse.

Na entrevista à Folha, Mantega negou que haja represamento de tarifas.

Para Eduardo Velho, economista-chefe da gestora INVX Global Partners, a declaração preocupa pois, sem uma recomposição de preços, a incerteza continuará afastando investimentos dos setores elétrico e petrolífero.

AJUSTE EM 2015

Velho, assim como Mônica e Schwartsman, acha que, por causa dos ajustes que serão feitos, o crescimento voltará a ser baixo em 2015.

Já os economistas Luiz Calado, vice-presidente do Ibef (Instituto Brasileiro dos Executivos de Finanças), e André Perfeito apostam em um cenário econômico melhor no próximo ano.

Calado afirma que a melhora da economia global contribuirá para isso.

Perfeito, que é economista-chefe da Gradual Investimentos, acredita que parte do ajuste já vem sendo feito pelo atual governo. Mas ressalta que o processo terá de continuar na próxima gestão.

Segundo Armínio, a proposta de Aécio é recuperar a credibilidade das políticas monetária, fiscal e cambial. Ele defende ainda uma ampla reforma tributária e medidas para "destravar investimentos em infraestrutura".


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