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Setor público reforça criação de vagas
Brasil criou 1,49 mi de empregos formais em 2013; total chegou a 48,9 milhões de vagas, alta de 3,14% sobre 2012
Rendimento médio dos trabalhadores cresceu 3,18%, descontada a inflação; mulheres ainda ganham menos
O Brasil criou 1,49 milhão de vagas no mercado de trabalho formal em 2013, impulsionado por contratações no setor de serviços e na administração pública.
O número inclui tanto os trabalhadores com contrato regido pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) quanto os servidores públicos que trabalham sob regime especial e têm estabilidade (estatutários).
O número de vagas formais cresceu 3,14% em relação a 2012, segundo o Ministério do Trabalho. O resultado de 2013 foi o segundo mais fraco em dez anos, ganhando apenas de 2012, quando foi criado 1,15 milhão de vagas.
Segundo o ministro Manoel Dias, o crescimento mais fraco da economia em 2013 contribuiu para a expansão mais moderada nas contratações no mercado formal.
Dias também atribuiu o resultado mais modesto ao fato de que a oferta de mão de obra no Brasil parece estar próxima de seu limite.
"A necessidade de geração de novos postos se desfaz à medida que você atinge o pleno emprego", afirmou.
Dados referentes aos primeiros seis meses do ano apontam a continuação do cenário de enfraquecimento do mercado de trabalho. O ritmo mais lento vem após anos de forte geração de vagas, principalmente para postos de menor qualificação.
Mas o governo trabalha com a perspectiva de melhora no mercado de trabalho no segundo semestre.
FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS
Se não fosse a geração mais forte de vagas na administração pública, o resultado de 2013 teria sido pior.
Segundo o ministro Manoel Dias, parte dessa expansão se deveu à mudança de governos municipais em 2013, que estimulou a contratação de servidores públicos (nem todos sob o regime estatutário) nas prefeituras.
"Houve a renovação, nomeação de cargos de confiança, secretários", afirmou.
O estoque de mão de obra empregada atingiu 48,9 milhões em 2013, de acordo com a Rais (Relação Anual de Informações Sociais), que é uma das principais fontes de informações sobre o mercado de trabalho formal.
A Rais é considerada mais completa do que os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), porque inclui não só os funcionários públicos celetistas mas também os estatutários e os temporários.
O setor que mais criou vagas no ano passado foi o de serviços, com 558,6 mil novos postos. A administração pública veio em segundo lugar, com a geração de 403 mil novos postos.
O comércio gerou 284,9 mil empregos, a indústria de transformação criou 144,4 mil, e a construção civil, 60 mil vagas.
RENDIMENTO
O rendimento médio dos trabalhadores cresceu 3,18%, descontada a inflação (3,34% no caso das mulheres e 3,18% no dos homens).
Embora as mulheres com nível superior completo estejam aumentando sua participação relativa no mercado de trabalho, o maior diferencial entre rendimentos continua concentrado nesse nível de escolaridade.
O salário médio das mulheres com diploma universitário equivale a 60,9% do salário médio dos homens com superior completo.
O Nordeste apresenta o menor rendimento médio do país, de R$ 1,79 mil por pessoa. A região Centro-Oeste tem o maior, de R$ 2,69 mil.
Série da Folha destrincha números do emprego
folha.com/obrasilquetrabalha